Claudio Caldas Faria
Postado pela amiga Marilia Guimaraes , achei soberbo e solicitei autorizações para dividir aqui com vocês.
Minh’ alma se enrolou em tua alma,
como um eterno e apertado nó.
Cada volta do laço sobre humano
parece uma raiz, que quer se prender bem fundo,
como um abraço sem fim e com tal força
que nem mesmo a morte romperá.
Não sentes até, como raízes gêmeas,
nos alimentarmos os dois da mesma sombra ?
Minha raiz se trançou nas tuas
e, se um dia quiseres desatar o nó,
sentirás que ele doerá, em ti, como carne viva.
Só que será, da minha ferida, que brotará teu sangue.
E se quiseres, zelosa, com tuas mãos,
curares a chaga que ficou,
conseguirás, tenho certeza,
mas continuarás sentindo,
para o resto da vida, apertado, o nó.
Juana de Ibarbourou
(1892 - 1979)
Nenhum comentário:
Postar um comentário