PROSAS EM VERSOS

SER POETA, É SENTIR AFLORAR DA PELE SENSIBILIDADE, É OUVIR O GRITO DOS QUE NADA DISSERAM, É VER POR UMA GAMA DE CORES INVISÍVEIS À MACROSCÓPICA VISÃO DOS INSENSÍVEIS, É PENETRAR IMPIEDOSAMENTE À ALMA HUMANA.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Sede


André Alves




Tenho sede
Não é uma sede comum
É sede de vida
De abrir caminhos, descobrir novas águas
De me encher de novidades
Ah, a minha adolescência
Tudo era farto
Energias
Forças
O copo sempre cheio
As festas lotadas
O agora está mais quieto, represa outras vontades
Mais maduras
Mais sensatas.
Aquieto-me com a tranquilidade que a sabedoria dos anos me deu
Desaguou-me seus fios de água
Sinto falta às vezes da resistência física
Mas desde quando o físico fica impotente diante da potência da maturidade?
Mastigo rapidamente as horas
O almoço corrido dá-me responsabilidades
De que o tempo é o meu novo argumento
De que o momento é de movimento
Sério
Preciso
Despacho o menino e suas artes
Tento escrever arte
Que artística é a vida
Que é bebida aos goles fartos
Tenho meus prazeres
É quando uso o canudinho
Demoradamente degusto uma caipirinha
Embriago-me com o mesmo tempo que pausa
Não sou nostálgico
Entrego-me à magia da mágica presença do ontem que foi o aprendizado do dia
Liberto seus minutos
Aprendo com as boas horas
O passado, preso, não anda
É um pássaro ferido que não voa
Deem-me água
Saciem-me
Agradecerei
Seguirei
Minhas águas também sentem sede
De conquistarem o copo com água
O prazer dia a dia.

André Alves

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Você faz parte daqui