Fátima Custódio
Sons de um rio corrente
Correm devagar as águas cristalinas
Entre a sombra e a luz, cores e movimento,
Sorrio como criança, aplaco a solidão,
Levo flores para o rio, nas correntes para o mar
Procuro os véus azuis guardados no meu castelo
Sobraçado sobre o rio, mito de asas que voam,
Do sol brilhando aqui, estrelas e outros astros,
Na poesia mato a dor e nas águas do teu rio;
Vou trilhando solitária, dia a dia o meu caminho,
Por vezes cantando como pássaro sem ninho,
Metade de mim aqui, a outra metade ausente,
Busco no rio as palavras, no cascalho lá do fundo.
Conheço de cor, as veredas contornadas pelo rio,
As águas fazem a música, embalam-me eternamente,
Na doce canção da brisa, num sopro inacabado,
Envolvo-me na onda azul, retrato vivo da alma...
Erro os passos, erro as brumas, sombras e ventanias,
Todas as intempéries são visíveis no meu rosto...
E agora, que as águas do rio são calmas e radiantes,
Fica em ti a resposta: Para onde vou com o rio?!
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