André Alves
Maternidade
Olhei na luz
Olhei no escuro
Olhei a menina que dizia em gemidos:
– Míngua!
Desmamava-me das festas,
Das orgias
Agora um ser me pedia
Que das horas a mim atribuídas
Aproveitasse os seus novos barulhos
Que na minha cabeça zuniam
Falavam com rispidez,
Rapidez,
Nudez
Com uma clareza jamais me oferecida
Havia alguém que, de perto, observava meus passos
No berço me batizava:
– Mãe!
Eu existia.
André Alves
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