PROSAS EM VERSOS

SER POETA, É SENTIR AFLORAR DA PELE SENSIBILIDADE, É OUVIR O GRITO DOS QUE NADA DISSERAM, É VER POR UMA GAMA DE CORES INVISÍVEIS À MACROSCÓPICA VISÃO DOS INSENSÍVEIS, É PENETRAR IMPIEDOSAMENTE À ALMA HUMANA.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Quando o poeta se cala


Carlos Menino Beija-flor




Quando o poeta se cala
por dentro gritam queixumes.
É como a flor que não mais exala perfumes.
Quando o poeta se cala não há vida,
felicidade faz despedida.
Não há sol nem lua que embeleze o dia.
Quando o poeta se cala, cala até a poesia
Cabisbaixos ficam os rouxinóis, os girassóis,
murcham orquídeas e jasmins.
Choram até os anjos e querubins.
Mas é culpa do próprio poeta que imagina tudo em flor
e ele se cala vendo que o deserto de hoje já foi um jardim de amor.
A boca que lhe dava mel
foi voar em outro céu
deixando das flores, só o espinho e a dor.
Quando o poeta se cala tudo chora nessa hora;
Choram o homem, o menino...
e o beija-flor.

Carlos Menino Beija-flor

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Você faz parte daqui