Maria Salete ArioziMEU RANCHINHO
Vivo num ranchinho di chão batido.
Com gratidão, amor e muito carinho,
Cuido da minha muié e dus fiinhos.
Trato da rocinha cum zelo e capricho.
Cuido tamém duma porção di criação,
Pra eles, jogo quirera é cum a mão.
Tudo aqui é muito simpres !
Parece inté um paraíso de tão frorido.
Rodiado di pomar e di prantação.
Tem muita galinha, tamém um riacho,
Que dá pra nóis pexe o ano intero.
Dá inté pra tirá os pexe cum a mão.
Di madrugadinha pulo da cama,
Lumiu cum a lamparina e carço a Butina.
A muié vai pra cunzinha, fazê café e a bóia.
Ajeito na muringa água tirada do poço.
Preparo meu imborná, pra tarde atravessá.
O café, a bóia, o fumo de corda pra pitá.
No crarão inda da lua, me aprumo e vô.
Bejo a muié e us fio inda durminu.
Agora ela vai da vaquinha tirá o leitinho,
Mode as criança mamá quando acordá.
Inda vai matá um franguinho e prepará,
Cum polenta pra eles dispois armuçá.
Aí vô tranqüilo, siguino pelo carriadô,
Vô caminhanu, matutanu, e venu,
O Cafezá em frô, que dá gosto apreciá.
Assim sigo na labuta inté o sol se pô.
E a genti segue in frenti, contenti,
Muito Feliz aqui eu sô !
((SALETE))Maio-2012
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