Aníbal Bastos
TOQUE
Sem berliques,
Nem berloques!
Não te estiques,
Nem me toques!
É um poema que me deram para escrever,
Cujo tema é um “toque” se assim se pode dizer!
Há muitos anos dar um toque,
No corpo duma moça com a mão,
Era sujeitar-se a levar um bofetão
E, algo mais que do pai vinha a reboque!
Mas se a mão que tocava,
Encontrava outra mão
Que a entrelaçava,
Dentro do peito pulsava,
Forte um coração,
De tão feliz que ficava,
Embriagado de paixão,
Inventava uma ilusão
E, acordado sonhava,
Se estava sonhando, ou não!
Nos toques mais atrevidos
E quase sempre consentidos,
Não existia contacto,
Simplesmente pelo facto,
De ser dados pelo olhar
E, pela forma de brilhar
Conheciam-se os desejos
E, até se trocavam beijos,
De um amor doce e puro,
Sem ser preciso o escuro,
Para se esconder de alguém!
Beijos que sabiam bem!
Sem berliques,
Nem berloques!
Não te estiques,
Nem me toques!
A. Bastos (Júnior)
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