PROSAS EM VERSOS

SER POETA, É SENTIR AFLORAR DA PELE SENSIBILIDADE, É OUVIR O GRITO DOS QUE NADA DISSERAM, É VER POR UMA GAMA DE CORES INVISÍVEIS À MACROSCÓPICA VISÃO DOS INSENSÍVEIS, É PENETRAR IMPIEDOSAMENTE À ALMA HUMANA.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Cravos Rubros




Aníbal Bastos




Cravo rubro na lapela,
Na veste de certa gente,
Lembra-me antigamente,
Uma “menina” à janela;
Disfarçada de donzela,
Seduzindo um inocente!

Quando qualquer caçador,
Quer ter sucesso na caça,
Procura cães de pura raça,
Das mãos de um bom treinador;
Para poder caçar e expor,
Os seus trofeus numa praça!

Até o próprio diabo,
Para ter almas no inferno,
Mostra um sorriso terno,
Despe as vestes, esconde o rabo;
Tornando-se ao fim e ao cabo,
Num diabo mais moderno!

Desde os tempos mais antigos,
Quem no mundo quis reinar,
Sempre soube disfarçar,
Para se livrar de inimigos;
Fingia abraços amigos,
Para as costas apunhalar!

Talvez seja meu defeito,
Do qual nunca fiz plástica,
Mas na mente faço ginástica,
Para perguntar com jeito;
Se há quem use cravo ao peito,
E sonhe na cruz suástica?

Na minha forma de ser,
Às vezes sinto saudade,
Não! Não é disso… É da verdade
Que me tentam esconder,
Para que tudo possam fazer,
Em nome da liberdade!

A. Bastos (Júnior)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Você faz parte daqui