Aníbal Bastos
Cravo rubro na lapela,
Na veste de certa gente,
Lembra-me antigamente,
Uma “menina” à janela;
Disfarçada de donzela,
Seduzindo um inocente!
Quando qualquer caçador,
Quer ter sucesso na caça,
Procura cães de pura raça,
Das mãos de um bom treinador;
Para poder caçar e expor,
Os seus trofeus numa praça!
Até o próprio diabo,
Para ter almas no inferno,
Mostra um sorriso terno,
Despe as vestes, esconde o rabo;
Tornando-se ao fim e ao cabo,
Num diabo mais moderno!
Desde os tempos mais antigos,
Quem no mundo quis reinar,
Sempre soube disfarçar,
Para se livrar de inimigos;
Fingia abraços amigos,
Para as costas apunhalar!
Talvez seja meu defeito,
Do qual nunca fiz plástica,
Mas na mente faço ginástica,
Para perguntar com jeito;
Se há quem use cravo ao peito,
E sonhe na cruz suástica?
Na minha forma de ser,
Às vezes sinto saudade,
Não! Não é disso… É da verdade
Que me tentam esconder,
Para que tudo possam fazer,
Em nome da liberdade!
A. Bastos (Júnior)
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