PROSAS EM VERSOS

SER POETA, É SENTIR AFLORAR DA PELE SENSIBILIDADE, É OUVIR O GRITO DOS QUE NADA DISSERAM, É VER POR UMA GAMA DE CORES INVISÍVEIS À MACROSCÓPICA VISÃO DOS INSENSÍVEIS, É PENETRAR IMPIEDOSAMENTE À ALMA HUMANA.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Coração de Mulher




Aníbal Bastos





O coração duma mulher,
Não dá para perceber, 
Quando está vivo ou morto!
Se bate acelerado,
Ou quando está parado,
Se anda direito ou torto!

Porque consegue fingir,
Chorar quando está a rir
E rir quando está a chorar!
E não existe ciência,
Nem mente com competência,
Para o conseguir mudar!

Entraste na minha vida,
Como uma ave ferida,
Pela flecha da amargura!
Vias em mim um doutor,
Nas doenças do amor,
Vieste em busca da cura!

Para saber o prognóstico
Fiz -te um diagnóstico,
Com princípio meio e fim!
E desta realidade,
Disse-te meia verdade,
O resto ficou para mim!

Não fui falso nem menti,
Apenas correspondi,
À tua forma de ser! 
Foste tu que assim quiseste,
Pois só metade disseste,
Do que tinhas para dizer!

Não peguei na tua mão,
Pela simples razão,
De não te quer ler a sina!
No teu coração desperto,
Encontrei o livro aberto,
Para a minha medicina!

Por nunca ter estudado,
Fui pela vida ensinado,
A ler, no olhar e na fala!
E num constante aprender,
Deu-me esta mestra o saber,
O que a alma esconde ou cala!

Por mais que se queira ocultar,
Não consegue disfarçar,
Quem sofre de paixão cega!
O coração duma mulher,
Não pertence a quem se quer,
Mas a quem a alma o entrega!

A. Bastos (Júnior)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Você faz parte daqui