PROSAS EM VERSOS

SER POETA, É SENTIR AFLORAR DA PELE SENSIBILIDADE, É OUVIR O GRITO DOS QUE NADA DISSERAM, É VER POR UMA GAMA DE CORES INVISÍVEIS À MACROSCÓPICA VISÃO DOS INSENSÍVEIS, É PENETRAR IMPIEDOSAMENTE À ALMA HUMANA.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

SONETO



Claudio Caldas Faria





Oito anos apenas eu contava,
Quando à fúria do mar, abandonando
A vida, em frágil lenho e demandando
Novo clima, da pátria me ausentava.

Desde então à tristeza começava
O tenro peito a ir acostumando;
E mais tirana sorte adivinhando
Em lágrimas o pai e a mãe deixava.

Entre ferros, pobreza, enfermidade,
Eu vejo, ó céus ! que dor ! que iníqua sorte !
O começo da mais risonha idade.

À velhice cruel (ó dura morte !)
Que faz temer tão triste mocidade,
Para poupar-me descarrega o corte.

- Antonio Pereira de Souza Caldas -

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