PROSAS EM VERSOS

SER POETA, É SENTIR AFLORAR DA PELE SENSIBILIDADE, É OUVIR O GRITO DOS QUE NADA DISSERAM, É VER POR UMA GAMA DE CORES INVISÍVEIS À MACROSCÓPICA VISÃO DOS INSENSÍVEIS, É PENETRAR IMPIEDOSAMENTE À ALMA HUMANA.

domingo, 25 de novembro de 2012

Fado Simples



Aníbal Bastos





O fado tem por costume,
Cantar a dor e o ciúme,
Das almas amarguradas!
Pode ter certa beleza,
Mas a saudade e tristeza,
São sempre nele encontradas!

O fado para ser fado,
Não precisa ser cantado,
Por afamados artistas!
É cantando a desventura,
Pelas ruas da amargura,
Que se encontram os fadistas!

Sem usar trajos de gala,
Nem cantar em nobre sala,
Para embelezar serões!
É das mais vezes ouvido,
Como se fosse um gemido,
Da voz das desilusões!

O fado! O fado sério,
Continua a ser mistério,
Por quem e quando inventado!
Sabe-se apenas que existe,
E na voz de um povo triste,
É tristemente cantado!

O fado! O fado povo,
Não é velho nem é novo,
É fado simplesmente!
Quem sabe se um dia,
Abandona a nostalgia,
E fica um fado diferente!

E desta forma o fado,
Perca o tom amargurado,
Como o que tem presente!
Fado que se possa ouvir,
A ser cantado a sorrir,
Na boca de toda a gente!

A. Bastos (Júnior)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Você faz parte daqui