PROSAS EM VERSOS

SER POETA, É SENTIR AFLORAR DA PELE SENSIBILIDADE, É OUVIR O GRITO DOS QUE NADA DISSERAM, É VER POR UMA GAMA DE CORES INVISÍVEIS À MACROSCÓPICA VISÃO DOS INSENSÍVEIS, É PENETRAR IMPIEDOSAMENTE À ALMA HUMANA.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

O fado




Aníbal Bastos





O fado,
Património mundial,
Proclamado,
Não é o fado original!

Afinal,
O triste e verdadeiro,
Soa mal,
Ouvido no estrangeiro!

O fado que o povo canta,
Quando lhe sai da garganta,
Traz um sabor a salgado!
Porque da fonte dos olhos,
Correm lágrimas aos molhos
E com elas é temperado!

Este é o fado das ruas,
Onde há mulheres seminuas,
Algumas quase meninas;
No seu corpo alugado,
Está o verdadeiro fado,
No país das cinco quinas!

Tal sorte,
Pelo destino marcada!
A morte,
Tantas vezes desejada!

A farsa,
Onde a hipocrisia,
Se disfarça,
Na dita democracia!

Ninguém nasce destinado,
A cumprir um triste fado,
De miséria e sofrimento!
Quem gera a triste sina,
É quem manda e determina
Que a vida seja um tormento!

O fado que foi eleito,
Não é o fado perfeito,
É um fado feito de novo!
Que é cantado em salões,
Para burgueses e barões,
Mas não é o fado do povo!

A. Bastos (Júnior)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Você faz parte daqui