Aníbal Bastos
O fado,
Património mundial,
Proclamado,
Não é o fado original!
Afinal,
O triste e verdadeiro,
Soa mal,
Ouvido no estrangeiro!
O fado que o povo canta,
Quando lhe sai da garganta,
Traz um sabor a salgado!
Porque da fonte dos olhos,
Correm lágrimas aos molhos
E com elas é temperado!
Este é o fado das ruas,
Onde há mulheres seminuas,
Algumas quase meninas;
No seu corpo alugado,
Está o verdadeiro fado,
No país das cinco quinas!
Tal sorte,
Pelo destino marcada!
A morte,
Tantas vezes desejada!
A farsa,
Onde a hipocrisia,
Se disfarça,
Na dita democracia!
Ninguém nasce destinado,
A cumprir um triste fado,
De miséria e sofrimento!
Quem gera a triste sina,
É quem manda e determina
Que a vida seja um tormento!
O fado que foi eleito,
Não é o fado perfeito,
É um fado feito de novo!
Que é cantado em salões,
Para burgueses e barões,
Mas não é o fado do povo!
A. Bastos (Júnior)
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