Mô Schnepfleitner
Quero uma lua demorada
Gota a gota despejada
Num poço cheio de nada
Vazio de outra jornada
Que venha encher a minha talha
Sem ter uma hora marcada
Só para ver ao longe o fim da estrada
Ser noite e também madrugada
Numa manhã nova anunciada
Ter amor sem ter que pedir nada
Não me usarem na escalada
Não ser prego para uma escada
Que não serve para nada
Nem água a ser despejada
Depois da sede já saciada
De não ouvir mais a palavra
Deixaste-me a mão atada
Não levar a sangrenta facada
De ser só pelos versos cantada
Como se eu não fosse nada
Só para brilhar nesta entrada
De uma falsa fama rebuscada
Ser apenas mulher- não usada.
Catarina (Pinto) Bastos
2012.07.17
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