João Adalberto Behr
RETRATO DE UM POETA QUANDO ESCREVE VERSOS
dizem que o poeta finge.
não... ele até voa nas asas da imaginação
e cria musas, dezenas dela,
e traça rotas de amores intensos
mesmo que sejam amores ficticios
mas o poeta não sente.
As vezes o poeta diz que não ama,
que tudo não passa de liberdade de expressão.
Mas ele ama.
Ele ama a musa idealizada
ou ama a si mesmo
ou agarra-se a poesia como se
os versos personificassem o anjo da vida.
Mesmo que não escreva para ninguem
e apenas reflita sobre si mesmo.
E o poeta não finge.
O poeta é intenso.
Arranca da alma
momentos unicos
e que ao mesmo tempo
são momentos de todo o mundo.
O poeta vive,
respira, viaja, sonha,
flutua nas esferas do improvável
e traduz os sentimentos mais abstratos
em fatos concretos,
e o poeta nem é jornalista.
mas fala da vida do dia a dia.
O poeta é unico.
Por mais que todos escrevam versos,
o poeta chora, ri, grita, murmurra,
compreende ou apenas sente e isso para ele é tudo.
O poeta não finge.
Não representa.
Sua musa pode ser até um ser etéreo
idealizado
mas ele a ama e seus filhos são os versos.
O poeta é um rei,
de um mundo único.
Um mundo de sonhos onde
as nuvens tem gosto de beijos de amor
e não há tempestade,
apenas explosão de sentimentos
que vêm direto da alma.
Fatima Dannemann
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