Aníbal Bastos
No jardim dos meus amores,
Também cresceram as dores,
Num canteiro a seu lado!
Semeadas pelas paixões,
Tornadas desilusões,
Pela sina do meu fado!
Encantos e desencantos,
Na vida já tive tantos
Que até lhes perdi a conta!
Que sofrer mais um agora,
- Não paga juros de mora -
É coisa de pouca monta!
De que servem as palavras,
Se com os gestos não lavras,
O que em ti dizes sentir!
Palavras ditas de amor,
Não têm nenhum valor,
Quando ditas a fingir!
Servir-se de frases feitas,
Não são ideias perfeitas,
Mas ilusões de momento!
Parecem muito bonitas,
Da forma como são escritas,
Mas falta-lhes sentimento!
Mas seja lá como for,
Do dizer ao sentir amor,
Vai uma grande diferença!
Numa oração longa ou breve,
O que se diz, ou se escreve,
Nem sempre é o que se pensa!
Em busca de uma aventura,
Dizem-se frases de ternura,
Que o vulgo chama: Paleio!
Na forma do verbo amar,
- O composto e o auxiliar -
É o verbo mentir no meio!
A. Bastos (Júnior)
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