Aníbal Bastos
Amor frio,
Inverno sombrio
Que não tem calor!
Dentro do peito,
Não encontra jeito!
- Amor, sem amor!
Amor morno,
É como um forno,
Sem ter combustão!
Mais não arrefece,
Mas também não aquece,
Nem cozinha pão!
Amor quente,
Uma chama ardente,
Do sol a brilhar!
Gesto de ternura,
Fogo de loucura,
No peito a queimar!
Amor arredio,
Eterno vadio
Que nunca se cansa!
Não quer encontrar,
Casa para morar,
Nem dá esperança!
Amor proibido,
Sempre perseguido,
Mas nunca desiste,
Do amor que ama,
Mantém viva a chama;
A tudo resiste!
Amor brejeiro,
O do marinheiro,
Ao chegar ao porto!
Procura mulher
Que lhe dê prazer
E algum conforto!
Amor perfeito,
Pelo sonho eleito,
Talvez não exista!
O que se tem encontrado,
É em letras do fado,
Na voz do fadista!
Assim é o amor,
Alegria e dor,
De quem ama e sente!
Que amar de verdade,
É sentir saudade,
Do amor ausente!
A. Bastos (Júnior)
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