PROSAS EM VERSOS

SER POETA, É SENTIR AFLORAR DA PELE SENSIBILIDADE, É OUVIR O GRITO DOS QUE NADA DISSERAM, É VER POR UMA GAMA DE CORES INVISÍVEIS À MACROSCÓPICA VISÃO DOS INSENSÍVEIS, É PENETRAR IMPIEDOSAMENTE À ALMA HUMANA.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Deixa-me partir



Fátima Custódio




Deixa-me partir 
Para onde o entardecer 
Filtra a noite, 
No crepúsculo 
Tardio e melancólico. 

Deixa-me partir 
Nesta junção desmembrada 
Quando os silêncios 
Se desfazem 
Nos absurdos 

É louca esta vontade 
Com que quero traduzir 
A asfixia nesta tarde 
Quase a rasgar a noite 
E a partir ao entardecer 

Deixa-me partir... 

Voltarei na madrugada 
Tecida de folhas verdes 
E de sonhos renascidos 

Deixa-me partir... 

Albergam-me a noite nua 
E as naus de todo o meu mar 
Sinto a distância vazia 
Mas tão cheia e tão rasgada 

Quero partir e não posso... 

Fátima Custódio

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