PROSAS EM VERSOS

SER POETA, É SENTIR AFLORAR DA PELE SENSIBILIDADE, É OUVIR O GRITO DOS QUE NADA DISSERAM, É VER POR UMA GAMA DE CORES INVISÍVEIS À MACROSCÓPICA VISÃO DOS INSENSÍVEIS, É PENETRAR IMPIEDOSAMENTE À ALMA HUMANA.

sábado, 7 de julho de 2012

Direito




Aníbal Bastos




Fazer o direito torto,
Do torto fazer direito,
Para uns é desconforto;
Para outros é proveito!
O direito semimorto,
Às vezes faz muito jeito!

Quando é mal aplicado,
Por excesso ou defeito
E, dando mau resultado,
Provado pelo efeito,
Usa-se o velho ditado:
“Não existe ser perfeito!”

Porém se num julgamento,
Um ignorante sujeito,
Num exaltado momento,
Viu-se metido num pleito!
De nada serve o juramento,
De desconhecer o direito!

O desconhecer a lei,
Não iliba qualquer réu,
Porque o dizer: - Não sei!
O crime que cometeu,
Não o desculpa na grei,
Nem lhe limpa o labéu!

Num estado de direito,
Tratar a constituição,
Com o devido respeito,
Deve qualquer cidadão!
Esteja de facha ao peito,
Ou de cajado na mão!

E dentro deste conceito,
Comete grave perjúrio,
Quem jurou ao ser eleito,
Em voz alta e,- não murmúrio -
Cumpri-la, mas não tem feito,
Não espere bom augúrio!

Fazer do feito, desfeito,
Sem estado de excepção,
É não cumprir o preceito,
Nem respeitar a razão,
Que num estado de direito,
É do povo a nação!

A. Bastos (Júnior)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Você faz parte daqui