PROSAS EM VERSOS

SER POETA, É SENTIR AFLORAR DA PELE SENSIBILIDADE, É OUVIR O GRITO DOS QUE NADA DISSERAM, É VER POR UMA GAMA DE CORES INVISÍVEIS À MACROSCÓPICA VISÃO DOS INSENSÍVEIS, É PENETRAR IMPIEDOSAMENTE À ALMA HUMANA.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Lagarta





Maria Cristina



Verde, desenhada, esculpida
Como uma obra de arte.
Suas ondulações mostram vida,
O seu tamanho fragilidade.

Caiu de uma folha, já retalhada,
Uma refeição antes da “hibernação”,
Ficou desorientada a coitada,
Perdeu pelo cimento a direção.

De longe, eu observava o sofrimento
E já caminhava para lá, 
Quando de repente um menino
Sem pensar na sua dor, a esmagou.

Pude ver as suas lágrimas esverdeadas
A pintar o cimento cinzento,
E o menino olhando os seus pés
Para ver ser estavam grudentos.

Senti pena... Não da lagarta,
Senti pena do menino,
Pois ele não sabia que o escultor
Era o nosso criador.

Esse menino ainda não aprendeu
Sobre o dom supremo que é o amor,
Amor pelas pequenas coisas,
Pelos seres que Deus criou.

Esse menino jamais verá a borboleta
Que essa lagarta ia se tornar,
Quem sabe até já aprisionou outras,
Que não conseguiu antes esmagar.

Ele também é uma lagarta,
Não quero que seja esmagado pela vida,
Quero que conheça a cristo
E nunca mais faça isso!

Chris Amag

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Você faz parte daqui