Aníbal Bastos
Dois grandes amigos tive,
De ambos, já nenhum vive,
Partiram para o Além!
Esses amigos leais,
Como nunca tive jamais,
Foram meu pai e minha mãe!
Com o saber dos mais velhos,
Davam sábios conselhos,
Ouviam a minha opinião;
Com atenção me escutavam,
Mas razão, essa só davam,
Se eu tivesse razão!
Mas o tempo não perdoa
E por muito que nos doa,
- Não importa fazer queixa,
Nem remar contra as marés -
A lei da vida ao revés,
Tão sós e tristes nos deixa!
Embora haja outros amigos,
Mas quando farejam perigos,
Mesmo que família seja!
Para não ser incomodados,
Desviam-se para os lados,
Deixando-nos sós na peleja!
Há amigos que estimamos,
Ao ponto que os chamamos:
Amigos do coração!
Mas na hora da verdade,
Vai-se embora a amizade,
E fica a desilusão!
Por isso digo e repito,
Como quem lança um grito:
- Bendita seja a amizade
Que às vezes nos aparece,
De alguém que se não conhece,
Mas é amigo de verdade!
A. Bastos (Júnior)
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