Patricia Neme
NATUREZA... morta!
VEREDA DE ESPINHOS
As rosas feneceram, só restam, agora,
espinhos ofertados pela grande dor.
Nos campos de ventura, vividos no outrora,
velou-se a luz dos sonhos... Dos sonhos de amor.
Porque os cantos da terra fora inconstantes
e as às rosas entregaram pranto, desenganos...
Secaram-se os caminhos, dantes verdejantes,
ao serem palmilhados por entes profanos.
Das horas, lhes roubaram as serenas brisas,
degredo decretaram ao fiel jardineiro...
Foram amargas horas... Horas imprecisas...
E o jardim exalou suspiro derradeiro.
As rosas da paixão, lançadas ao vazio,
sem mais ter seu calor de flor-rosa-mulher,
perderam-se no vento hostil, feroz, bravio,
que as espalhou nas sendas de outro chão qualquer.
Ante tanta tristeza, as flores mais sensíveis,
levaram seu clamor aos deuses imortais;
e a acácia ofereceu ramos imperecíveis
ao renascer da vida em sacros roseirais.
E o céu estremeceu, em silêncio profundo,
curvou-se ante o fraterno e concedeu mercê:
trouxer de volta a rosa aos olhos deste mundo...
Mas lhe deixou no peito a dor que não se vê!
- Patricia Neme -
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