PROSAS EM VERSOS

SER POETA, É SENTIR AFLORAR DA PELE SENSIBILIDADE, É OUVIR O GRITO DOS QUE NADA DISSERAM, É VER POR UMA GAMA DE CORES INVISÍVEIS À MACROSCÓPICA VISÃO DOS INSENSÍVEIS, É PENETRAR IMPIEDOSAMENTE À ALMA HUMANA.

terça-feira, 13 de março de 2012

PATRICIA - Prosas do Tema - Natureza


Patricia Neme

NATUREZA... morta!
VEREDA DE ESPINHOS





As rosas feneceram, só restam, agora,
espinhos ofertados pela grande dor.

Nos campos de ventura, vividos no outrora,

velou-se a luz dos sonhos... Dos sonhos de amor.



Porque os cantos da terra fora inconstantes

e as às rosas entregaram pranto, desenganos...

Secaram-se os caminhos, dantes verdejantes,

ao serem palmilhados por entes profanos.



Das horas, lhes roubaram as serenas brisas,

degredo decretaram ao fiel jardineiro...

Foram amargas horas... Horas imprecisas...

E o jardim exalou suspiro derradeiro.



As rosas da paixão, lançadas ao vazio,

sem mais ter seu calor de flor-rosa-mulher,

perderam-se no vento hostil, feroz, bravio,

que as espalhou nas sendas de outro chão qualquer.



Ante tanta tristeza, as flores mais sensíveis,

levaram seu clamor aos deuses imortais;

e a acácia ofereceu ramos imperecíveis

ao renascer da vida em sacros roseirais.



E o céu estremeceu, em silêncio profundo,

curvou-se ante o fraterno e concedeu mercê:

trouxer de volta a rosa aos olhos deste mundo...

Mas lhe deixou no peito a dor que não se vê!




- Patricia Neme -

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Você faz parte daqui