Eu com um coração simples e o cérebro livre de impurezas estava à beira do caminho, vendo pássaros voar.
O destino passou, colocou a mão sobre meu ombro esquerdo e falou:
- Ei garoto, vai brincar...
- Eu estou brincando - respondi
- Ora! Vai brincar de verdade.
Use os pés, pernas e mãos, pois foi para isso que vocês nasceu cheio de sinceridade!!!
Brinquei de beber, chorar, cantar, aprender, esquecer e de lembrar.
Fui brincar na cidade, brinquei de carregador,
de levar e trazer recados,
de auxiliar,
de capitalista, materialista, socialista, de política e egoísta.
Brinquei de amar, de me apaixonar, beijar, deitar...
Brinquei de ser cínico, mau caráter, amigo, marido e amante...
Brinquei de tudo,
tanto que brinquei que acabei enjoando
e me enojando.
E eu com o coração complicado
e o cérebro sobrecarregado
de impurezas,
fui sentir a beleza
de à beira do caminho sentar
vendo pássaros voar,
esperando o destino por ali outra vez passar
e me mandar mais uma vez ir "brincar".
Senti o toque no ombro direito e me alegrei ao recordar.
Virei-me, mas não era o destino,
era a Morte que vinha comigo brincar.
E ela disse:
-"SE VEIO DO PÓ AO PÓ RETORNARÁ!"
Claudio Caldas Faria - 23.10.1979
claudiocaldasfaria@gmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário