PROSAS EM VERSOS

SER POETA, É SENTIR AFLORAR DA PELE SENSIBILIDADE, É OUVIR O GRITO DOS QUE NADA DISSERAM, É VER POR UMA GAMA DE CORES INVISÍVEIS À MACROSCÓPICA VISÃO DOS INSENSÍVEIS, É PENETRAR IMPIEDOSAMENTE À ALMA HUMANA.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

No Caminho:


Claudio Caldas Faria


Eu com um coração simples e o cérebro livre de impurezas estava à beira do caminho, vendo pássaros voar.

O destino passou, colocou a mão sobre meu ombro esquerdo e falou:

- Ei garoto, vai brincar...

- Eu estou brincando - respondi

- Ora! Vai brincar de verdade. 

Use os pés, pernas e mãos, pois foi para isso que vocês nasceu cheio de sinceridade!!!

Brinquei de beber, chorar, cantar, aprender, esquecer e de lembrar. 

Fui brincar na cidade, brinquei de carregador,
de levar e trazer recados, 
de auxiliar, 
de capitalista, materialista, socialista, de política e egoísta. 
Brinquei de amar, de me apaixonar, beijar, deitar... 

Brinquei de ser cínico, mau caráter, amigo, marido e amante...

Brinquei de tudo, 

tanto que brinquei que acabei enjoando 
e me enojando.

E eu com o coração complicado

 e o cérebro sobrecarregado
 de impurezas,
 fui sentir a beleza
de à beira do caminho sentar 
vendo pássaros voar, 
esperando o destino por ali outra vez passar 
e me mandar mais uma vez ir "brincar".

Senti o toque no ombro direito e me alegrei ao recordar. 

Virei-me, mas não era o destino, 
era a Morte que vinha comigo brincar. 


E ela disse:



-"SE VEIO DO PÓ AO PÓ RETORNARÁ!"



Claudio Caldas Faria - 23.10.1979


                                claudiocaldasfaria@gmail.com

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