PROSAS EM VERSOS

SER POETA, É SENTIR AFLORAR DA PELE SENSIBILIDADE, É OUVIR O GRITO DOS QUE NADA DISSERAM, É VER POR UMA GAMA DE CORES INVISÍVEIS À MACROSCÓPICA VISÃO DOS INSENSÍVEIS, É PENETRAR IMPIEDOSAMENTE À ALMA HUMANA.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

COMO SE MORRE DE VELHICE...


Joaquim Rodrigues


Como se morre de velhice...
ou de acidente ou de doença...
morro, Senhor, de indiferença...

Da indiferença deste mundo...
onde o que se sente e se pensa...
não tem eco, na ausência imensa...

Na ausência, areia movediça...
onde se escreve igual sentença...
para o que é vencido e o que vença...

Salva-me, Senhor, do horizonte...
sem estimulo ou recompensa...
onde o amor equivale à ofensa...

De boca amarga e de alma triste...
sinto a minha própria presença...
num céu de loucura suspensa...

JÁ não se morre de velhice...
nem de acidente nem de doença...
mas, Senhor, só de indiferença...


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Você faz parte daqui