PROSAS EM VERSOS

SER POETA, É SENTIR AFLORAR DA PELE SENSIBILIDADE, É OUVIR O GRITO DOS QUE NADA DISSERAM, É VER POR UMA GAMA DE CORES INVISÍVEIS À MACROSCÓPICA VISÃO DOS INSENSÍVEIS, É PENETRAR IMPIEDOSAMENTE À ALMA HUMANA.

sábado, 24 de dezembro de 2011

ONDE ESTAREI




Tania Melo





Se nos perdermos um dia
Poderás me encontrar
Em momentos de nostalgia
Que poderás relembrar

Eu também estarei
Nos versos daquela canção
Que tantas vezes entoei
Para acalentar teu coração

E no manto azul estrelado
Serei o astro mais brilhante
Guiando teu caminho iluminado

E o amor há muito gerado
Irá aflorar nesse instante
Teu pensamento mais delicado.

Autor desconhecido.

Por que você ama quem você ama?



Márcia Regina Ferreira Toledo




"Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não-fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo à porta.

O amor não é chegado a fazer contas, não obedece a razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo.

Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais. Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca. Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.

Então que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.

Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não tem a maior vocação para príncipe encantado, e ainda assim você não consegue despachá-lo. Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita de boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama este cara? Não pergunte para mim.

Você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem o seu valor. É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar (ou quase). Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível. Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém. Com um currículo desse, criatura, por que diabo está sem um amor?

Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados. Não funciona assim. Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível. Honestos existem aos milhares, generosos tem às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó"!

Mas ninguém consegue ser do jeito do amor da sua vida!
Martha Medeiros

Viver não dói





Magna Azevedo





Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas
e não se cumpriram.

Porque sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer,
apenas agradecer por termos conhecido
uma pessoa tão bacana,
que gerou em nós um sentimento intenso
e que nos fez companhia por um tempo razoável,
um tempo feliz.

Sofremos porque?
Porque automaticamente esquecemos
o que foi desfrutado e passamos a sofrer
pelas nossas projecções irrealizadas,
por todas as cidades que gostaríamos
de ter conhecido ao lado do nosso amor
e não conhecemos,
por todos os filhos que
gostaríamos de ter tido junto e não tivemos,
por todos os shows e livros e silêncios
que gostaríamos de ter compartilhado,
e não compartilhamos.

Por todos os beijos cancelados,
pela eternidade.
Sofremos não porque
nosso trabalho é desgastante e paga pouco,
mas por todas as horas livres
que deixamos de ter para ir ao cinema,
para conversar com um amigo,
para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe
é impaciente connosco,
mas por todos os momentos em que
poderíamos estar confidenciando a ela
nossas mais profundas angústias
se ela estivesse interessada
em nos compreender.

Sofremos não porque nosso time perdeu,
mas pela euforia sufocada.
Sofremos não porque envelhecemos,
mas porque o futuro está sendo
confiscado de nós,
impedindo assim que mil aventuras
nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e
nunca chegamos a experimentar.
Como aliviar a dor do que não foi vivido?
A resposta é simples como um verso:
Se iludindo menos e vivendo mais!!!
A cada dia que vivo,
mais me convenço de que
o desperdício da vida
está no amor que não damos,
nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca,
e que, esquivando-nos do sofrimento,
perdemos também a felicidade.
A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional.

Autor: (Carlor Drummond Andrade)
Fonte: (Sonhos e fantasias)

TENTAREI SER O TEU PAPAI NOEL




Lúcinha Santos



Como és o meu…
E retribuir
A dádiva de que deste exemplo,
De dar muito mais
Do que receber…

E agradecerPor me aceitares como amigo…
E devolver,Não sei se com tanta beleza,
A simples amizade,
Que recebo de presente:
Bela,Talvez pela simplicidade…
E sólida, sim, quanto mais ausente…
És o meu Papai Noel…
Sempre que te lembras de mim,
Quando em saudade…
De ti vem a mão
Que gera segurança,
O gesto que traz esperança…
Tentarei ser teu Papai Noel…
Embora doando menos,
Também penso em ti.
E te observando aprendi
O valor da doação,
O calor do coração…Te imitando compreendi
A tristeza dos abandonados,
Sonhando sonhos frágeis de papel,
Efêmeros como as luzes do Natal…
Tal como aprendi contigo,
A Estes, ao menos, um ombro amigo…
e quanto aos sonhos de papel…
Quem sabe…?
Depende de nossa vontade
De sermos Papai Noel…


O LUAR




Claudio Caldas Faria





O luar,
é a luz do Sol que está sonhando

O tempo não pára!
A saudade é que faz as coisas pararem no tempo...

...os verdadeiros versos não são para embalar,
mas para abalar...

A grande tristeza dos rios é não poderem levar a tua imagem...

Mário Quintana

Indumentária




Claudio Caldas Faria





Qualquer ideia que te agrade,
Por isso mesmo... é tua.
O autor nada mais fez que vestir a verdade
Que dentro em ti se achava inteiramente nua...

Mário Quintana

Acerca de mí.



Marcos Loures



Hablar de cómo podría ser bien
y nunca ha tenido la increíble sensación de nada
sino la muerte inevitable y, francamente, mi único consuelo.
Hablar de cómo debería ser
y que nunca podía creer a menos que la estupidez
que domina cada paso hacia el ocaso mismo,
ordinario y necesario.
Hablar de mi mundo sin la menor posibilidad de luz
en un intento absurdo de creencias
en algo que sé que no existe.
Hablar de lo ha llevado la vida y nada más,
el verdadero sentimiento de la inutilidad de mis sueños y canciones
que todavía expresan una ilusión.
Hablar, por lo tanto que soy y lo que he dejado.
Las inconsecuentes delante de las palabras
sin mayor sentido,
olvidado en algún lugar de la remota esperanza...

MARCOS LOURES

Perspectiva qualquer.



Guacira MDuarte



Pra ser feliz é preciso
uma perspectiva qualquer,
como a de qualquer gente que ama;
Pra ser feliz é preciso
desvendar-se
(muitas vezes, superar-se!),
e saber de si
numa perspectiva qualquer.

Abandonado pela sorte



Marcos Loures



A sorte abandonando meu caminho
Não deixa-me saber por onde irei.
Deveras nas estradas que passei,
Amores esquecidos, velho ninho.
Perdido procurando as esperanças
Não vejo um horizonte que me caiba
Não sei se saberei o que se saiba
Nas curvas mais fechadas das lembranças.
No meu destino mel não se percebe
O mal o fel o bem não se misturam
Porventura serei o que procuram
Aqueles que a ventura não concebe.
Do tédio meu remédio, uma migalha
Que o mal, em meu caminho, sempre espalha.
Um mal nunca se cura noutro mal
Assim como com mel não se mistura
O fel que recebi da criatura,
Que sempre produziu só fel e mal!

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