PROSAS EM VERSOS

SER POETA, É SENTIR AFLORAR DA PELE SENSIBILIDADE, É OUVIR O GRITO DOS QUE NADA DISSERAM, É VER POR UMA GAMA DE CORES INVISÍVEIS À MACROSCÓPICA VISÃO DOS INSENSÍVEIS, É PENETRAR IMPIEDOSAMENTE À ALMA HUMANA.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

O sonho da luz azul (Fátima Custódio)



Fátima Custódio




Esta noite eu tive um sonho
Um sonho de encantamento
O sonho da luz azul...
O meu quarto iluminou-se
E em todas as paredes
As telas eram azuis...

Esta noite eu tive um sonho...

Os meus olhos eram estrelas
O teu rosto o firmamento..
Perfume de asas celestes
Sempre banhadas de azul...

Olho para ti e escondes-te,
Tacteio-te na luz azul...
E toco-te na imensidão
Do meu quarto, tão pequeno

Teus olhos são estrelas de água,
São cascatas de infinito
São cristais que me seduzem
Sei lê-los no meu silêncio...
Sonho a paixão que não morreu
Nos véus azuis a levitar...

A minha alma comtempla-me...
Junto ao peito, rasgo as vagas
Amarguradas no vazio
Sempre ás margens do meu querer

Esta noite eu tive um sonho,
Como outros feitos de mar,
Outros, ainda de abismos...

Dança-me o espírito nas letras
Transparente, sonho de alma,
O sonho da luz azul...

Esta noite eu tive um sonho...
O sonho da luz azul...

Fátima Custódio

Diana de Gales (Aníbal Bastos)




Aníbal Bastos




Descansa em paz sob a terra fria
Onde jamais poderão fazer-te mal,
Levou-te a morte de forma brutal
Quando a felicidade te sorria.

Deixaste lágrimas dor e nostalgia
E obras que te tornaram imortal,
Trocaste a soberba da casa real
Pela simplicidade e simpatia.

Jovem flor em nobre jardim plantada
Entre outras mais famosas e belas,
Mas foste a mais formosa em todas elas.

Tinhas perfumes por outros cobiçados,
Destes frutos, os quais mais desejados.
Rosa florida tão cedo cortada.

A. Bastos (Júnior) Setembro de 1997

Círculo Vicioso



Ereni Wink



Bailando no ar, gemia inquieto vaga-lume:
- Quem me dera que fosse aquela loura estrela,
que arde no eterno azul, como uma eterna vela !
Mas a estrela, fitando a lua, com ciúme:

- Pudesse eu copiar o transparente lume, 
que, da grega coluna á gótica janela,
contemplou, suspirosa, a fronte amada e bela !
Mas a lua, fitando o sol, com azedume:

- Misera ! tivesse eu aquela enorme, aquela 
claridade imortal, que toda a luz resume !
Mas o sol, inclinando a rutila capela:

- Pesa-me esta brilhante aureola de nume... 
Enfara-me esta azul e desmedida umbela...
Porque não nasci eu um simples vaga-lume?
Machado de Assis

Quantas vezes no calor (Jorge Morais)




Jorge Morais


quantas vezes no calor
da tua paixão
sufragastes o frio
do meu corpo
e enxugastes a chuva
que me molhava
o tilintar do bater
dos meus queixos
as lágrimas
que abundantemente
se misturavam com
os pingos da chuvada
que caía
feito dezembro invernal
tempestades que passavam
pela minha cabeça
inundações de sentimentos
confusão de sensações
e emoções
com teu frágil esboço
transpiravas calor
feito secador
que tudo secava na
minha imaginação
psiquiatra dos meus
demónios

jorge morais

Amor (Lucinha santos)




Lucinha Santos



E o dia se encheu de luz
ao abrir os olhos e pensar na pessoa
que povoa sua mente e seu coração.
E naquele instante conseguiu compreender
o significado da palavra amor

Lucinha ♥

Versos de Amor



Ereni Wink




A um poeta erótico
Parece muito doce aquela cana.
Descasco-a, provo-a, chupo-a... ilusão treda!
O amor, poeta, é como a cana azeda,
A toda a boca que o não prova engana.

Quis saber que era o amor, por experiência,
E hoje que, enfim, conheço o seu conteúdo,
Pudera eu ter, eu que idolatro o estudo,
Todas as ciências menos esta ciência!

Certo, este o amor não é que, em ânsias, amo
Mas certo, o egoísta amor este é que acinte
Amas, oposto a mim. Por conseguinte
Chamas amor aquilo que eu não chamo.

Oposto ideal ao meu ideal conservas.
Diverso é, pois, o ponto outro de vista
Consoante o qual, observo o amor, do egoísta
Modo de ver, consoante o qual, o observas.

Porque o amor, tal como eu o estou amando,
É Espírito, é éter, é substância fluida,
É assim como o ar que a gente pega e cuida,
Cuida, entretanto, não estar pegando!

E a transubstanciação de instintos rudes,
Imponderabilíssima e impalpável,
Que anda acima da carne miserável
Como anda a garça acima dos açudes!

Para reproduzir tal sentimento
Daqui por diante, atenta a orelha cauta,
Como Mársias - o inventor da flauta -
Vou inventar também outro instrumento!

Mas de tal arte e espécie tal fazê-lo
Ambiciono, que o idioma em que te eu falo
Possam todas as línguas decliná-lo
Possam todos os homens compreendê-lo!

Para que, enfim, chegando à última calma
Meu podre coração roto não role,
Integralmente desfibrado e mole,
Como um saco vazio dentro d'alma!

Augusto dos Anjos 


Há dez quadras daqui (Orlando Costa Filho)



Orlando Costa Filho




Não me leves a mal
fim de tarde, já vou.
A nau está zarpando,
abrabrothersoul!

Não há lugar pra ti
nem é bom que tu vás,
Tu choras, cai safira
e eu... derramo aguarrás.

Há um quê no mar de ira,
o desejo por meu sal...
e as cinzas dos meus olhos
mancham roupas no varal.

Trago à mão uma estopa
encharcada de benzina,
e o que hoje é turbilhão
amanhã é brisa fina...

Dores nos porões
carnaval no convés
suicidas adernados
nos versos de través.

Na orgia dos pelicanos
tubarões redemoinhos,
não se engane, brothersoul
quem se fode é só peixinho!

A nau enterra a proa
na sequencia das vagas
nau-nariz que aspira
as cristas e divaga...

Lastro-dor no porão!
Luz de vela na cisterna!
Esperança nem ao menos
sinaliza com lanterna...

Nas cordilheiras de nuvens,
ribombam os trovões
e lâminas de saudades
amputam corações,

caem no horizonte...
Para lá mesmo que vou
resgatar todas as quimeras.
Abrabrothersoul!

Ocf
Castelo/ES, 31/8/2012

Ilha imaginária (Jorge Morais)




Jorge Morais





ilha imaginária
sonho à espreita
barco que não se afunda
naufrago
que não vem
mulher se espera
em ínsula perdida
cujo habitante
se mostra prostrado
na forma de um devaneio
sonhado
no meio do nada
insular permanece
na vontade imaginada
de que a idealização aconteça
num olhar que perece
de tanto esperar
que algo remanesça
pedaço de terra
escondida
no longínquo horizonte
que o próprio se torna
simplesmente num monte

jorge morais

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Anoitecer




Fatima Pessoa



A luz desmaia num fulgor d'aurora, 
Diz-nos adeus religiosamente... 
E eu, que não creio em nada, sou mais crente 
Do que em menina, um dia, o fui... outrora... 

Não sei o que em mim ri, o que em mim chora 
Tenho bênçãos d'amor pra toda a gente! 
Como eu sou pequenina e tão dolente 
No amargo infinito desta hora! 

Horas tristes que são o meu rosário... 
Ó minha cruz de tão pesado lenho! 
Meu áspero e intérmino Calvário! 

E a esta hora tudo em mim revive: 
Saudades de saudades que não tenho... 
Sonhos que são os sonhos dos que eu tive... 

Florbela Espanca, 
in "Livro de Sóror Saudade"

Meu conselho é



Denize Esperidiao




Meu conselho é, pois,amor,
Que, enquanto na vida em flor,
Encantos possam sobrar-te:
Colhe, colhe a mocidade,
Pois como à rosa a idade
Da beleza há de privar-te.


Poema de Pierre de Ronsard 
(Trad. de R. Magalhães Jr. IN – IDEM
(org.) -O livro de ouro da poesia
da França Rio de Janeiro,
Editora Tecnoprint S.A.(s.d.), Col. Universidade de Bolso,p.282)

Vaidosa




Mô Schnepfleitner



Dizem que tu és pura como um lírio 
E mais fria e insensível que o granito, 
E que eu que passo aí por favorito 
Vivo louco de dor e de martírio. 

Contam que tens um modo altivo e sério, 
Que és muito desdenhosa e presumida, 
E que o maior prazer da tua vida, 
Seria acompanhar-me ao cemitério. 

Chamam-te a bela imperatriz das fátuas, 
A déspota, a fatal, o figurino, 
E afirmam que és um molde alabastrino, 
E não tens coração, como as estátuas. 

E narram o cruel martirológio 
Dos que são teus, ó corpo sem defeito, 
E julgam que é monótono o teu peito 
Como o bater cadente dum relógio. 

Porém eu sei que tu, que como um ópio 
Me matas, me desvairas e adormeces, 
És tão loura e dourada como as messes 
E possuis muito amor... muito amor-próprio. 

Cesário Verde, 
in 'O Livro de Cesário Verde'

O meu amor eu guardo







‎"O meu amor eu guardo para os mais especiais. Não sigo todas as regras da sociedade e às vezes ajo por impulso. Erro, admito. aprendo, ensino. Todos erram um dia: por descuido, inocência ou maldade. conservar algo que faça eu recordar de ti seria o mesmo que admitir que eu pudesse esquecer-te."

William Shakespeare


Vim de novo ver o velho (João Paulo Brasileiro)(




João Paulo Brasileiro




Vim de novo ver o velho
Velho povo, novo alento
Vou de novo, assim espero
Chegar limpo de pensamento!

Tais quimeras que tento ter
Como tudo que ganho da vida
Mas, sou tão pequeno, e assim
Me ponho, satisfeito, à mercê da lida

Quando meus olhos ganham como benção
Como tela, essas mágicas visões
Aí, percebo que sou amado
Percebo que tenho mil corações

Os jardins que preenchem o mundo
Que dão vida, paz e harmonia
Me fazem, de volta, de novo aqui
Ver e sentir, novamente, alegria!

Vim, de novo, ver o velho
Velho povo, ao qual pertenço
Cada minuto que choro, uma hora perco
Então, ALEGRIA....ALEGRIA...é assim que penso!

Inverno no Chão Goiano...



Angela Mendes



Terra forte de tempo sequioso
De um esplendor do por do sol
Onde a respiração tem ar vagaroso
Na aridez da atmosfera em caracol
Espirando o horizonte cromatizado
Em baforadas de abrasado arrebol
Das manhãs de enfado petrificado
Içando a saudade na alma com anzol
Assinalando os campos do cerrado
Com galhos torcidos e flores singelas
Traçando o típico cotidiano
Do inverno além das janelas
Do Chão goiano...

Luciano Spagnol

Pedras de rio


Angela Mendes





Como as pedras do leito dos rios, 
o tempo age em nós, assim como a água, 
que as desgasta, 
alisando as suas superfícies.
Consome assim o tempo os ódios, 
aparando as arestas 
e cicatrizando as feridas.
Encontramo-nos e atritamo-nos
Uns contra os outros,
Até que, aos poucos,
Ganhamos uma aparência brilhante,
Lisa.
Nos encaixamos uns aos outros,
Sem os primeiros embates.
Apenas com o balouçar das águas.
Glória Perez

AVE LIBERTAS


Claudio Caldas Faria

POST EM HOMENAGEM APENAS AOS MINISTROS PATRIOTAS DO STF



Ao clarão irial da madrugada,
Da liberdade ao toque alvissareiro,
Banhou-se o coração do Brasileiro
Num eflúvio de luz auroreada.

É que baqueia a vida escravizada!
Já se ouvem os clangores do pregoeiro,
Como um Tritão, levando ao mundo inteiro,
Da República a nova sublimada.

E ali do despotismo entre os escombros,
Rola um drama que a Pátria exalça e doura
Numa auréola de paz imorredoura,
A República rola-lhe nos ombros;

Enquanto fora na trevosa agrura
Sucumbe o servilismo, e, esplendorosa,
A Liberdade assoma majestosa,
- Estrela d'Alva imaculada e pura!

É livre a Pátria outrora opressa e exangue!
Esse labéu que mancha a glória pública,
Que apouca o triunfo e que se chama sangue,
Manchar não pode as aras da República.

Não! que esse ideal puro, risonho,
Há de transpor sereno os penetrais
Da Pátria, e há de elevar-se neste sonho
Ao topo azul das Glórias Imortais!

Esplende, pois, oh! Redentora d'alma,
Oh! Liberdade, essa bendita e branca
Luz que os negrores da opressão espanca,
Essa luz etereal bendita e calma.

Vós, oh Pátria, fazei que destes brilhos,
Caia do santuário lá da História,
Fulgente do valor da vossa glória,
A bênção do valor dos vossos filhos!

A. DOS ANJOS

Queria eu (Jorge Morais)



Jorge Morais


queria eu
ao ouvido
dizer-te em sussurro
coisas cujas palavras
não encontro
neste pequeno amontoado
de pedras ilha feita
murmurar o arcaísmo
da beleza da fonética
que ele carrega
duma linguagem
já hoje não usada
dar-te o mundo
nem metaforicamente
visto nem este pequeno lugar
me pertence
por detrás pinta o céu
um sol vermelho fogo
e em silêncio
rezamos para que
ninguém nos venha
resgatar

jorge morais

Vaidade



Fatima Pessoa




Sonho que sou a Poetisa eleita, 
Aquela que diz tudo e tudo sabe, 
Que tem a inspiração pura e perfeita, 
Que reúne num verso a imensidade! 

Sonho que um verso meu tem claridade 
Para encher todo o mundo! E que deleita 
Mesmo aqueles que morrem de saudade! 
Mesmo os de alma profunda e insatisfeita! 

Sonho que sou Alguém cá neste mundo ... 
Aquela de saber vasto e profundo, 
Aos pés de quem a Terra anda curvada! 

E quando mais no céu eu vou sonhando, 
E quando mais no alto ando voando, 
Acordo do meu sonho ... E não sou nada! ... 

Florbela Espanca, 
in "Livro de Mágoas"

É assim que te quero, amor



Mô Schnepfleitner




É assim que te quero, amor,
assim, amor, é que eu gosto de ti,
tal como te vestes
e como arranjas
os cabelos e como
a tua boca sorri,
ágil como a água
da fonte sobre as pedras puras,
é assim que te quero, amada,
Ao pão não peço que me ensine,
mas antes que não me falte
em cada dia que passa.
Da luz nada sei, nem donde
vem nem para onde vai,
apenas quero que a luz alumie,
e também não peço à noite explicações,
espero-a e envolve-me,
e assim tu pão e luz
e sombra és.
Chegastes à minha vida
com o que trazias,
feita
de luz e pão e sombra, eu te esperava,
e é assim que preciso de ti,
assim que te amo,
e os que amanhã quiserem ouvir
o que não lhes direi, que o leiam aqui
e retrocedam hoje porque é cedo
para tais argumentos.
Amanhã dar-lhes-emos apenas
uma folha da árvore do nosso amor, uma folha
que há-de cair sobre a terra
como se a tivessem produzido os nosso lábios,
como um beijo caído
das nossas alturas invencíveis
para mostrar o fogo e a ternura
de um amor verdadeiro.

Pablo Neruda

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

No orvalho deitado (Jorge Morais)





Jorge Morais
 


no orvalho deitado 
teu corpo molhado
acaricio
olhares trocados
nos pingos gelados
sem frio
clima aquecido
tórrido desejo
se encontra selado
com um beijo
pensamento erudito
esconde o prescrito
aproveitando o ensejo
à muito jurado
de quando em vez
arrefece a vontade
quando a agua corre 
no chão alagado
e o pensamento
que a trecho momento
se mostra fragmento
pela chuva quebrado

jorge morais

Fitas cortadas (Jorge Morais)




Jorge Morais




fitas cortadas

por demais emendadas
trazem belezas
para sempre acondicionadas
em sótãos fechados
princesas e fadas
lobos e capuchinhos
ratos e coelhinhos
e demais bonecos
pinóquios arlequins
sonhos estampados
na tela esticada
que fizeram pular
muita criançada
saltos e palmas
e gargalhadas
perderam-se no tempo
das fitas guardadas
e fazem que tudo
sejam somente
aguas passadas


jorge morais

Degraus íngremes (Jorge Morais)




Jorge Morais




degraus íngremes
escada esguia
histórias contadas
folhas folheadas
sentido único
estrada do conhecimento
virtude presente
junção de letras
palavras formadas
levam ao entendimento
aprendendo que o sofrimento
são aguas passadas
aprendizagem constante
vida vivida
que a qualquer instante
demonstra
que não há chegada
sem haver
partida
se o que sabemos
sabemos não saber
então ainda teremos
muito que aprender

jorge morais

Lembrarei (Orlando Costa Filho)




Orlando Costa Filho



não esquecerei: comer folhas evita
levar picada nas pernas pernilongos e afins
parar de fumar...fácil. difícil é não voltar...
que sempre haverá alguém melhor do que nós
naquilo que fazemos. não esquecerei
levei seu coração-clorofila e restou
uma caverna, private cavern club, um pub
uma noite doce e eterna enquanto ouvia
suas refrescantes palavras que desciam das nuvens
lavando calçadas e vias...

não esquecerei
que eu e você somos um verso sem vírgulas
que nossas vidas são combustíveis e o comburente
é a poesia
somos um pavio em que a chama é amarela,
avermelha e azula
amor em combustão. dúvidas? dívidas?
solenemente são descartadas na pia
se perdem no sumidouro no fundo do mundo!

lembrarei ainda
a rotina jamais embaçou nossas retinas
não haveremos de ficar num canto da noite densa
sentados no chão a mercê das paredes como se fosse
um refúgio! não esquecerei
a morte é um subterfúgio do espírito
ante as dificuldades da matéria e eu
jamais morrerei por você. só viverei! só viverei!
como puder como você como vier sem pudor
mulher...

tatuada na memória trarei
sempre que ouvir badalos de sino ecoarem na menopausa
das tardes,
a grande verdade me abate, honey: ninguém chega
aos 50 impunemente sob pena de ser santo e não
gente,
damos um rolê lado a lado até o céu encher-se de purpurinas
e lantejoulas
e minha mão agarra-se à sua como se eu fosse
uma criança que caminha à beira de um precipício...

ocf
Castelo/ES 01/06/2012

Simone Ribeiro - Foto = BAHIA


Simone Ribeiro
BAHIA



Bahia
De Jorges
Gabrielas
Tietas
e tantas...

Bahia
da mistura
da raça
da graça
da dança...

Bahia 
de todos os santos
cantos
ritos
mitos

Bahia 
dos amores
temores....
Açoites.

Bahia
de muitos ritmos
agitos
cantores 
dores...

Bahia
do cantor do abraço
da cantora da festa
do cantor sozinho
da cantora da lua de prata...

Bahia 
de Jorge tão amado
tão proclamado
tão editado
tão copiado...

Linda é essa Bahia...

Que te gerou,
criou
e prestigiou!

Felizes somos nós!
O temos e podemos....
Chamá-lo de ...Irmão Jorge!

Autoria: Simone Ribeiro.

Basilina Divina Pereira - Terma = Descreva-se (A MULHER QUE SOU)




Basilina Divina Pereira
A MULHER QUE SOU




Descrevo a mulher que sou:
versátil, fecunda, fluida...
não sei bem por onde vou,
mas sigo a trilha dos druidas.

Falo a linguagem do amor
neste terraço do mundo 
se encontro miséria e dor
acelero e vou mais fundo.

Sempre tem dias de chuva
e de assobio no escuro,
mas quem tem mão salva a luva,
sonho atrevido é futuro.

Nado em audácia e leveza
com charme de lua cheia,
tem mistérios, com certeza,
o que me corre nas veias. 

Mas como toda mulher
sou força que para o vento
quem foca o alvo e o quer
vai além do pensamento.

Basilina Pereira

Maria Salete Ariozi - Tema = Descreva-se (PERFIL)


Maria Salete Ariozi
PERFIL




Sou de fevereiro, mês do carnaval.
Desde muito cedo trago em mim
Toda alegria e entusiasmo,
Fazendo disso meu lado forte...
Sou Festeira por Natureza !
Gosto de dançar,
Gosto de cerveja,
E de boa mesa.
Gosto da noite, melhor ainda se, 
Iluminada pelas estrelas ! 
Também sou seresteira,
Adoro música, de muitas maneiras,
Incluindo às sertanejas. 
Sou extremamente romântica, 
Eternamente apaixonada,
Natureza digna de uma Pisciana,
Chorosa e sonhadora, 
De Sensibilidade aflorada.
Aprecio demais a natureza 
Tendo ela meus cuidados e doçura...
Sou um pássaro manso e feliz, 
Se bem tratado e respeitado,
Podendo cantar ao seu ouvido
Suaves, apaixonantes melodias.
Gosto e admiro toda forma
De cavalheirismo, simpatia...
Isso me encanta, me conquista !
Afasto-me por inteira das mentiras,
Maldades, ironias, falcatruas.
Sou dócil peixinho em seu aquário,
Se bem cuidado por boas mãos.
Podendo a qualquer instante 
Ao contrário disso, num relance
Transformar-se num tubarão !
Vivo assim, a cinco décadas
Livremente em mim e feliz !

((Salete))-Agosto-2012
Lei do Direito Autoral (9610/98)

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