Fogo

Don Castelano Castelano



Cor atraente que me inflama loucamente
Aquece meu interior como lava ardente
Coração que dispara adrenalina a mil
Sinto sua dança que me chama
Labaredas que me chamam como dedos insinuantes
Canta pra mim minha chama flamejante
Ensina-me a dançar essa dança
Insana tentação do prazer
Calor que meche com meu ser
Incendeia meu coração
E deixa meu corpo em fogo
Faz-me o teu servo
Nesse seu calor

(Don Juan Castelano)

Fuego

Atractivo color que inflama me vuelve loco
Se calienta mis entrañas como lava
Corazón que genera adrenalina
Siento tu baile que me llama
Las llamas me parece insinuantes dedos
Canta para mí mi llama encendida
Enséñame a bailar esta danza
El placer tentación de Insane
El calor Meche con mi ser
Mi corazón arde
Y dejar que mi cuerpo en llamas
Hazme tu siervo
En su calor

(Don Juan Castelano)

PATRICIA NEME - Tema = AUTORRETRATO

Patricia Neme
AUTORRETRATO



Me pedes das feições... Contempla os traços
das vidas, cujo lar é uma calçada.
Caminhos, onde os sonhos são escassos,
aos quais o fado oferta o nada... Nada!

Encontra-me no olhar do pequenino
privado de carinhos, de alimento;
na infância - filha de único destino:
um chão, sem sepultura, alma em tormento.

É minha a voz pungente em elegia
às ilusões ceifadas pela guerra
(por quê pretendem vã toda agonia
da cruz, a suplicar por paz na terra?).

Meu rosto é feito da pura energia,
criando as esperanças do amanhã;
é cheiro de pão quente e mão macia
que planta e colhe o fresco do hortelã.

Em mim repousa o credo na igualdade
dos povos, pouco importam credo ou raça;
e a gratidão à eterna divindade
que a bichos, gente, plantas, tudo abraça.

Eu sou o verso aceso, alma serena,
sou noite perfumada de jasmim;
mãe de toda Maria - ou Madalena...
Me pedes das feições... Eu sou assim!

Patricia Neme 

(E além disto... Sou vó da Luíza!)
(poesia de apresentação, publicada na orelha do livro ALDEBARAN)

No Campo de Amoras

Angela Mendes




-No campo de amoras
quem será que mora?

- Ora, por que perguntas agora?

- É que ouvi o canto, lá fora,
do vento a sussurrar nos ouvidos
de uma doce amora.

- Estás a ouvir absurdos
ouves estrelas a cantar na aurora;
amoras têm ouvidos surdos
e lá naquele campo ninguém mora.

- Então, são ilusões dos sentidos
quiçá esquecê-las melhora
meu devaneio perdido
minhas lembranças de outrora;
por certo, é tempo já ido
outro dia, outra hora,
outros beijos dormidos
em outros braços, outros lábios,
outra senhora.

Gutemberg Soberano

A Árvore da Serra

Claudio Caldas Faria

- As árvores, meu filho, não têm alma!

E esta árvore me serve de empecilho...

É preciso cortá-la, pois, meu filho,

Para que eu tenha uma velhice calma!

- Meu pai, por que sua ira não se acalma?!

Não vê que em tudo existe o mesmo brilho?!

Deus pôs almas nos cedros... no junquilho...

Esta árvore, meu pai, possui minha'alma!...

- Disse - e ajoelhou-se, numa rogativa:

"Não mate a árvore, pai, para que eu viva!"

E quando a árvore, olhando a pátria serra,

Caiu aos golpes do machado bronco,

O moço triste se abraçou com o tronco

E nunca mais se levantou da terra!

Augusto dos Anjos

O Velho e a Flor

Angela Mendes

Por céus e mares eu andei,

Vi um poeta e vi um rei

Na esperança de saber

O que é o amor.

Ninguém sabia me dizer,

Eu já queria até morrer

Quando um velhinho

Com uma flor assim falou:

O amor é o carinho,

É o espinho que não se vê em cada flor.

É a vida quando

Chega sangrando aberta

em pétalas de amor.

Vinícius de Moraes

Quero ser

André Alves

Quero ser tocado ali, onde cabe você
Olhe-me com seus olhos verdes transpirando tesão
Goze na minha atração
Seja um petisco
Prende-me no seu desejo
Que aprenderei a abusar do que sei
Me ensine a ser como você
Assim seremos um só
Prove a mim do seu amor
Prove-me
Degusta-nos
Como se fosse a última cereja do mundo
Embriaga-se
Depois deixe-me olhar para a sua moleza
Aproveite das minhas fraquezas
Mas volte
Ao contrário, a solidão me absorverá
Estenda meu corpo em seus sussurros
Busque-me longe para nossa cama
Expanda-se sem culpa
Acovarda-se em meus beijos.

André Alves

Além da minha vontade

Maria Salete Ariozi




A expectativa no mistério do desconhecido
Vontade de se doar ao seu amante
Tentações libidinosas e secretas
Receio do pecaminoso ato concedido
Sinto o agradável toque das mãos
Ao percorrer meu corpo virgem
Sensações do tremor interno
Algo que atrai e ao mesmo tempo temeroso
Saber se é o certo sentir esse prazer
Indagações que vêem a minha mente
Devo continuar ou parar?
Pensar acelera o meu coração e minha respiração
Aguçam os meus sentidos
Noto o arrepio em minha pele
O calor que me domina
A vontade aplacadora do desejo
Sei que quero sentir novamente
O que devo fazer com esse receio?
Que me domina e invade meu ser
Eu só sei que nesse momento
Meu corpo te deseja...
Além da minha vontade

(Don Juan Castelano)

En mi voluntad

La expectativa en el misterio de lo desconocido

La voluntad de donar a su amante

Tentaciones libidinales y secretos

El miedo al acto pecaminoso concedida

Me siento el tacto agradable de las manos

Yendo a través de mi cuerpo virgen

Las sensaciones de temblor interno

Algo que atrae al mismo tiempo temeroso

Si es justo para sentir que el placer

Ver las preguntas que mi mente

Debo continuar o detener?

Piense acelera mi corazón y mi respiración

Enfocar mis sentidos

Me he dado cuenta del frío en mi piel

El calor que me domina

La voluntad del deseo aplacadora

Sé que quiero volver a sentir

Qué debo hacer con este miedo?

Eso me domina e invade mi ser

Sólo sé que en este momento

Mi cuerpo que usted desea...

En mi voluntad

(Don Juan Castelano)

Para ti

Angela Mendes





Foi para ti
que desfolhei a chuva
para ti soltei o perfume da terra
toquei no nada
e para ti foi tudo

Para ti criei todas as palavras
e todas me faltaram
no minuto em que falhei
o sabor do sempre

Para ti dei voz
às minhas mãos
abri os gomos do tempo
assaltei o mundo
e pensei que tudo estava em nós
nesse doce engano
de tudo sermos donos
sem nada termos
simplesmente porque era de noite
e não dormíamos
eu descia em teu peito
para me procurar
e antes que a escuridão
nos cingisse a cintura
ficávamos nos olhos
vivendo de um só olhar
amando de uma só vida.

(Mia Couto)

Despedida

Mando Mago Poeta

Não brinque comigo.

Se for embora, não diga adeus,

mas caminhe depressa

sem olhar em meus olhos...

Assim fica a sensação de um "até logo"

nos meus sonhos de amor.

Para mim, sua partida é breve,

nunca sairás de dentro de mim.

Mando Mago Poeta 22:16 20/7/2012

A Divindade

Mando Mago Poeta

A Divindade está contida 

em cada molécula de vida,

a Criação é parte do Criador...

Se tamanha força criadora

moveu coisas tão grandiosas

para Criar Universos,

Em cada minucioso detalhe,

somos feitos de Luz!

Por mais "escondida" que esteja,

nossa luz ainda sintoniza

a Luz do Criador...

Mando Mago Poeta 21:49 20/7/2012

Estou atrás

Maria Salete Ariozi



Estou atrás do que fica atrás do pensamento.
Inútil querer me classificar: eu simplesmente escapulo.
Gênero não me pega mais.
Além do mais, a vida é curta demais para eu ler todo
o grosso dicionário a fim de por acaso descobrir a palavra salvadora.
Entender é sempre limitado.
As coisas não precisam mais fazer sentido.
Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é
possível fazer sentido.
Eu não: quero é uma verdade inventada.
Porque no fundo a gente está querendo desabrochar de
um modo ou de outro."

Clarice Lispector

E eu gosto tanto

Mô Schnepfleitner




E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.
Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.

Fernando Pessoa

Companheiros

Angela Mendes



.
.
quero
escrever-me de homens
quero
calçar-me de terra
quero ser
a estrada marinha
que prossegue depois do último caminho
e quando ficar sem mim
não terei escrito
senão por vós
irmãos de um sonho
por vós
que não sereis derrotados
.
deixo
a paciência dos rios
a idade dos livros
.
mas não levo
mapa nem bússola
por que andei sempre
sobre meus pés
e doeu-me
às vezes
viver.
.
hei-de inventar
um verso que vos faça justiça
.
por ora
basta-me o arco-íris.
.
em que vos sonho
basta-te saber que morreis demasiado
por viverdes de menos
mas que permaneceis sem preço.
.
companheiros

(Mia Couto)

Amor?

Mando Mago Poeta




Não pude entender nosso amor!
Veio cavalgando uma tempestade,
rasgando o céu em fagulhas,
molhando a terra seca de nosso peito
e foi-se agigantando sem parar...

Nosso amor cresceu tão rapidamente,
que não coube no peito fragilizado e só,
fez-nos sucumbir sem perceber
que o verdadeiro amor é calmo,
dócil e feliz...

Fomos aprisionados por um sentimento,
que nos elevou ao céu em pouco tempo,
e depois nos fez despencar!

Fizemos tudo perfeito,
menos, amar!

Mando Mago Poeta 23:31 20/7/2012

Mentes obscuras

Jorge Morais
…

mentes obscuras
realidades específicas
tratos diferentes
amores similares
mulheres que se amam
aos pares
conhecimento concreto
de um corpo a descoberto
num negro e branco
exposto
num pranto
escondidos a olhares
indiscretos
segregacionismo na raça
racismo na afeição
ideia que não passa
expresso desamor
muitos discutem a raça
outros criticam
o amor
mas o que orienta
a vida
será sempre o
coração


jorge morais

Lindo dia

Keyla Cantinho Goiano

Poetas e amigos ,lindo dia!!!

Deixando aqui o meu carinho

cheirinhos e abraços

forma de amor e laços

laços de ternura 

cheios de candura... 

Keylinha

Jeitinho Especial

Claudio Caldas Faria





Quer ver um jeito lindo de dar bom dia?
Mescle as fotos e seus sentimentos
Com linda e profunda poesia
Assim, cada um que ler em cada momento
Além de receber o seu “BOM DIA”
Encher-se-á de mil encantamentos.
Bom dia e foto sozinha
Fica vazio, sem nenhum argumento,
Até mesmo o “Boa Noite”,
Fica parecendo um fingimento.

Nem precisa avisar que vai lá
Deixe bater o coração
Se você demora ou volta já
Isso só nos causa maior emoção.
Faça tudo com fotos e alegria
Dê seus maravilhosos “BOM DIA”
Mande recados de antemão
Mas lembre-se: SEMPRE COM POESIA!


Claudio Caldas Faria –
Lei de Direito Autoral (nº 9610/98)

Hipocrisia

Aníbal Bastos





Existe gente que pensa
Que hipocrisia compensa,
Neste sistema social!
Por isso se vêm tantos,
Mostrando cara de santos,
Mas isentos de moral!

Num manifesto cinismo,
Fazem do paradoxismo,
O seu bloco de notas!
Dizem ámen! E sim, senhor,
Ao seu amigo doutor
E, até lhe lambem as botas!

Usando as frases feitas
Que parecem ser perfeitas,
Por a mestres pertencer!
Sobre elas questionados,
Ficam logo embasbacados,
Por delas nada saber!

Arcas de ignorância,
Possuem com abundância,
Mas procuram ter esmero;
No falar sem dizer nada,
Ou então uma trapalhada,
Porque a sua cultura é zero!

Observados com atenção,
Vê-se tanta contradição,
No que ousam afirmar!
Ou, porque é falsa a história,
Ou então a sua memória,
Há muito que anda a falhar,

Um dia perco as estribeiras,
Esqueço as boas maneiras
Que o bom senso manda ter!
E digo a estes senhores
Que para serem prosadores,
Procurem primeiro… saber!

A. Bastos (Júnior)