PROSAS EM VERSOS

SER POETA, É SENTIR AFLORAR DA PELE SENSIBILIDADE, É OUVIR O GRITO DOS QUE NADA DISSERAM, É VER POR UMA GAMA DE CORES INVISÍVEIS À MACROSCÓPICA VISÃO DOS INSENSÍVEIS, É PENETRAR IMPIEDOSAMENTE À ALMA HUMANA.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Fado do Zé Português




Aníbal Bastos





Vejo prados, vejo lavras
Ser viveiros de ervas bravas!
O que outrora era riqueza,
Hoje são matas e silvados,
Por não serem cultivados.
Onde há tanta pobreza.

Dos géneros que consumimos
Só um quinto produzimos,
O resto vem do estrangeiro.
Quem não produz o que come
Um dia vai passar fome,
Mesmo que tenha dinheiro.

A União Europeia
Já não é uma colmeia,
Onde haja mel que sobre,
Para o nosso Portugal,
Que na união desigual
É sempre o parente pobre.

Mas aquando da adesão,
Para nos dar formação,
E pôr o país de pé,
Veio dinheiro a rodos,
Mas não chegou para todos
E muito menos para o Zé.

Desse dinheiro enviado,
Muito dele foi empregado,
Em bem tricotadas malhas.
Fazendo do Zé, parolo 
Que passou por comer bolo…
Do qual nem provou migalhas.

Diz-se que deu para comprar:
Mercedes, porche, jaguar,
Casas de campo e de praia, 
Herdades no Alentejo,
Barcos, não só para o Tejo!
Outro!? …fugiu pela raia!

Será esta sina eterna…?
Ou será quem nos governa,
Nos governa sem governo!?
Enquanto o Zé infeliz,
Lá vai com o seu país,
A caminho do inferno! 

A. Bastos Júnior (Júnior)

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