Eu te amei

Jose Carlos Ribeiro

Eu te amei, de uma maneira derradeira

Mas aquele dia lhe vi sumir na escuridão

Tu sumiste, entre os rastros de poeira

E sem que eu soubesse a razão...

Talvez tenha sido você por Deus chamada

E pegaste o ultimo expresso para imensidão

Onde viraste uma estrela brilhando no nada

Como a primeira luz na minha triste ilusão...

Quem me dera que voltaste a ser pequena flor

Deste céu, onde se tornou uma luz divina

Para dar ao meu jardim, mais que a púrpura cor

Devolvendo-me o colorido que nunca termina...

Assim meus olhos nunca mais se esmaeceriam

Por entre esta cortina plúmbea que forma a fumaça

E quem sabe assim, novamente por ti sorririam

Afastando horror tumefacto, que tece a desgraça...

Portos e estações são mais que pontos de partidas

E sim pontos onde se inicia a separação de corpos

São pontes onde cruzam os rios das despedidas

E por onde lágrimas escorrem por estranhos rostos...

Eu te amei, de uma maneira derradeira

Mas foi da minha maneira, um tanto que incessível

Mas acredite, eu te amei de uma maneira verdadeira

E muito lamento, às vezes que com você fui insensível...

Porque no pecado de viver, acabamos perdemos a noção

E deixamos de ver a razão, por muito lamentar

E vai tornando-se um vicio, e o vicio é uma prisão

Que nos nega a visão, e a capacidade de enxergar...

Então deixamos também de acreditar que a vida passa

E as despedidas chegam como o anoitecer

Deixando passar sua pouca luz entre a vidraça

Iluminando o quadro vivo, de quem não está mais a viver. 

Eu te Amei....