PROSAS EM VERSOS

SER POETA, É SENTIR AFLORAR DA PELE SENSIBILIDADE, É OUVIR O GRITO DOS QUE NADA DISSERAM, É VER POR UMA GAMA DE CORES INVISÍVEIS À MACROSCÓPICA VISÃO DOS INSENSÍVEIS, É PENETRAR IMPIEDOSAMENTE À ALMA HUMANA.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Rosa Murcha




Aníbal Bastos




Rosa murcha! Rosa triste,
Tão pouco tempo exististe,
Nas jarras que enfeitaste!
Sem luz do sol, nem calor,
Foste perdendo o vigor
E sem dar conta murchaste!

Na Primavera da vida,
Quando rosa florida,
O aroma do teu perfume,
Inebriava com tal ardor
Que tudo em teu redor,
Cheirava a amor e ciúme!

Rosa linda cobiçada,
Desde o dia à madrugada,
Pelo Sol e pela Lua!
Murchaste, perdeste a cor,
Do teu perfume, o odor!
Foste lançada na rua!

Esta flor perfumada,
Tornou-se rosa enjeitada,
E na pedra dos caminhos!
Que por uns era pisada
E por outros desprezada,
Só lhe restando espinhos!

Rosa, rainha das flores,
Não conhecestes amores,
Viveste só de ilusões!
Fugiste à realidade,
Passaste a mocidade,
A destruir corações!

Não culpes a tua sina,
Pois, se não foras menina,
Tão distante e caprichosa!
Hoje serias uma flor,
No canteiro do amor,
E não uma murcha rosa!

A. Bastos (Júnior)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Você faz parte daqui