Joaquim Rodrigues
Não eram meus os olhos que te olharamNem este corpo exausto que despiNem os lábios sedentos que poisaramNo mais secreto do que existe em ti.
Não eram meus os dedos que tocaramTua falsa beleza, em que não viMais que os vícios que um dia me geraramE me perseguem desde que nasci.
Não fui eu que te quis. E não sou euQue hoje te aspiro e embalo e gemo e canto,Possesso desta raiva que me deu
A grande solidão que de ti espero.A voz com que te chamo é o desencantoE o espermen que te dou, o desespero.
José Carlos Ary dos Santos
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