Aníbal Bastos
Peço-te pela última vez
Que não digas mais: -Talvez!
Mas que digas: - Sim, ou não!
Não sejas um cata-vento
Que gira ao sabor do vento,
Sem vontade e sem razão!
Por te dizer ternamente
Que te amava loucamente,
Encheste-te de vaidade!
Fizeste do meu coração,
Um pedaço do teu chão,
Para pisares à vontade!
Mostras um olhar altivo,
Porque me julgas cativo,
Rastejando aos teus pés!
Não tenhas tanto a certeza!
Não és a dona da beleza
E o mar tem mais marés!
Pára, deixa de sonhar,
Já é tempo de acordar,
Para dizeres, sim ou não!
Não penses que fico à espera
Que a flor da Primavera,
Só desabroche no Verão!
Se não me deres a resposta,
Isso somente me mostra,
Que andas a brincar comigo!
Porém se a roda desanda
E girar para outra banda,
Eu possa brincar contigo!
Eu sei que o amor é louco,
Mas quem dele faz pouco,
Também devia saber
Que por muito apaixonado,
Um coração destroçado,
Deixa o amor morrer!
Talvez um dia quem sabe,
A tua vaidade acabe
E comecem os teus ais,
E corras atrás de mim,
Para tentares dar-me o sim,
Quando for tarde demais!
Diz-me sim, ou não sem medo,
Não me trates como brinquedo,
Que se estraga e deita fora!
Por isso decide de vez,
Acabar com os talvez,
Ou com o não, vou embora!
A. Bastos (Júnior)
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