Angela Mendes
É Noite de festa. Depois uma voz…
Notícias atrozes, de perder a fé…
E vem até mim numa imagem veloz,
Seres sedentos, famintos, caveiras em pé.
As moscas são muitas, miséria e fome…
A água é suja, de pão nem migalha,
Eles não abem que o mundo come
Num banquete festivo, em alva toalha.
E eu sinto deslizar pelo meu rosto,
Lágrimas ardentes como o sol de Agosto,
E pergunto a mim própria: vale a pena viver?
Pergunto novamente e não tenho resposta;
Maldito o destino aquele que gosta,
De os torturar, que os fez nascer!
De: Fátima Custódio
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