PROSAS EM VERSOS

SER POETA, É SENTIR AFLORAR DA PELE SENSIBILIDADE, É OUVIR O GRITO DOS QUE NADA DISSERAM, É VER POR UMA GAMA DE CORES INVISÍVEIS À MACROSCÓPICA VISÃO DOS INSENSÍVEIS, É PENETRAR IMPIEDOSAMENTE À ALMA HUMANA.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

FIZ VOAR O MEU CHAPÉU


Fatima Pessoa



Fiz voar o meu chapéu,
acertei no coronel.
O Coronel se assustou,
no riacho despencou.
O riacho foi embora,
nem reparou na Senhora.
A Senhora deu chilique,
quem salvou foi o cacique.
Cacique chamou Peri,
que pescava lambari.
Lambari fugiu ligeiro,
nem esperou marinheiro.
Marinheiro deu fricote,
saiu remando num bote.
O bote deu tremedeira,
despencou na cachoeira.
Cachoeira foi pro mar,
pela praia a se espalhar.
Se espalhou até o barraco
onde mora o Zé Macaco.
Macaco deu gargalhada
e chamou a namorada.
Lá veio dona Gabola,
de bolsa, xale e gaiola.
Mas a gaiola se abriu
e passarinho fugiu.
Voa, voa, passarinho,
vai de volta pro seu ninho...
No ninho os quatro filhotes
festejaram aos pinotes.
E cantaram numa banda,
no seu ninho com varanda
Viva Peri, viva o Mico,
a Senhora e o Coronel!
Viva mais o tico-tico
que fez ninho em meu chapéu!

 - Ana Maria machado

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Você faz parte daqui