Aníbal Bastos
Pela luz que me alumia,
Jurei que tudo faria,
Para tentar esquecer-te!
Maldita jura, eu renego,
Porque estou a ficar cego,
Apenas por não querer ver-te!
Por ti escrevo versos tristes,
Porque sei que tu existes,
Mas de mim estás distante!
No dia em que foste embora,
A partir daquela hora,
Fiz da saudade, uma amante!
E com ela de mãos dadas,
Como almas enamoradas,
Juntos, bebemos; cantamos,
Numa voz que é um lamento,
Nascida do sofrimento
E de mãos dadas choramos!
Das lágrimas desse pranto,
Teci um escuro manto,
Orlado de fantasia
Que serve de cobertor,
Para me agasalhar na dor,
Nas horas de nostalgia!
De que vale fazer juras,
Para esquecer as loucuras,
Que nos traz uma paixão!
Fogo, de amor, ateado,
Não pode ser apagado,
Sem ferir o coração!
Pedir, nos versos que escrevo,
Para que voltes, não me atrevo,
Por isso a minha alma chora!
Mas se tu quiseres voltar,
Prometo nunca mais jurar
E mandar a saudade embora!
A. Bastos (Júnior)
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