Aníbal Bastos
Quando do mar a maresia
Voando nas asas do vento
Me vem afagar o rosto,
Como as tuas mãos divinas,
Das saudades peregrinas,
Do sorriso bem-disposto
Que no teu olhar luzia,
Tão doce e belo momento
Que à muito não sentia;
As chamas do fogo posto
Que no nosso peito ardia.
Deixo o meu pensamento
Voar sobre o mar imenso,
Entre as ondas procurando
Encontrar-te entre as sereias,
Que no mar andam brincando
Escutando as ideias
Que em nossos olhares trocamos.
Na pureza dos sentidos,
Há muito adormecidos
Que sem querer acordamos.
O passado que perdemos
Desse amor puro e intenso,
Como o perfume de incenso
Que com lágrimas lavamos.
Pelos beijos que não demos
Que do mar a maresia
Nos venha beijar um dia
Noutra vida que teremos.
A. Bastos (Júnior)
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