Aníbal Bastos
Um carta na gaveta,
Uma promessa secreta,
Um acordo assinado!
Era assim no tempo antigo,
Quando o amigo pelo amigo,
Pelas costas era apunhalado!
A troco de qualquer coisa,
Onde toda a mosca poisa,
Sobretudo quando é fresca!
Tal pescador fracassado
Que vai ao peixe ao mercado
E diz que veio da pesca!
Desde que o mundo teve começo,
Todo o ser teve o seu preço,
Bastou achar-lhe o ponto fraco!
Por dinheiro ou poder,
Por fama, ou por mulher,
Entra tudo no mesmo saco!
Quem confia em senhores,
Armados em defensores
De quem trabalha, os direitos,
Num momento inesperado,
Vê-se burro e é montado,
Com todos os seus efeitos!
Pôr o mundo, como o caranguejo,
A andar para trás, é o ensejo
Que quem domina procura
Fazer do povo de ignorante
E dar passos de gigante
Para voltar à escravatura
Nenhum comentário:
Postar um comentário