Aníbal Bastos
Para que não esqueça!
Nuvem negra,
Feita de fumo,
De cheiro nauseabundo,
Saído das chaminés,
Dos fornos crematórios,
Das câmaras de gás
E enquanto se eleva,
Sai da densa treva,
Uma imagem fantástica,
Duma cruz suástica,
Donde o sangue escorre,
Da gente que morre!
Nas mãos dos algozes,
Padecem,
Sofrimentos atrozes
E em cinza é desfeita,
Pela raça:
Dita perfeita,
Cruel desumana!
O fumo arrefece
E lentamente desce,
Poisando na terra!
São restos mortais,
De homens torturados,
Mulheres violadas,
Velhos massacrados,
Crianças estrupadas,
Horrores sem nome,
Cobaias de triste ciência,
Morrem para experiência,
De tortura e de fome!
Na sanha da guerra,
Destruíram nações,
Mataram milhões!
Foram vencidos,
Mas não convencidos,
Por isso se julgam
Os maiores da terra!
E as dívidas perdoadas!
Pelas desgraças causadas!
São águas passadas!
A. Bastos (Júnior)
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