PROSAS EM VERSOS

SER POETA, É SENTIR AFLORAR DA PELE SENSIBILIDADE, É OUVIR O GRITO DOS QUE NADA DISSERAM, É VER POR UMA GAMA DE CORES INVISÍVEIS À MACROSCÓPICA VISÃO DOS INSENSÍVEIS, É PENETRAR IMPIEDOSAMENTE À ALMA HUMANA.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

A vida é sonho








‎"Como pode alguém ter duas encarnações dentro de uma mesma vida? 
Duas histórias que não correm paralelas, mas se cruzam e alternam e 
tem temperaturas tão diferentes quanto opostas? 
Como pode ser yin e yang, doce e amargo e choro e vela? 
Como pode ser incapaz de falar uma língua e, no instante seguinte, nem 
lembrar da dificuldade? E fazer velhos amigos do dia pra noite e se sentir em casa quando não tem mais nenhuma? 

E cruzar com tantas pessoas do mal e decidir que pensar nisso é perda de tempo e, ainda assim, deixar escapar propositalmente uma reverência? 
Como pode se saber tão perdida e se sentir tão achada? E vice e versa e 
mais uma vez de novo? Como pode se ver em espiral e escrever sem criar novos parágrafos? Como posso estar aqui como se não existisse lá se, quando estou lá, sou feliz? Estaria eu então aqui infeliz, o que não é o caso. Definitivamente! O que é a vida? Um frenesi. 
O que é a vida? Uma ilusão,uma sombra, uma ficção;
O maior bem é tristonho porque toda vida é sonho e os sonhos, sonhos são".

Do monólogo final de "A vida é sonho", de Calderón de La Barca:

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