PROSAS EM VERSOS

SER POETA, É SENTIR AFLORAR DA PELE SENSIBILIDADE, É OUVIR O GRITO DOS QUE NADA DISSERAM, É VER POR UMA GAMA DE CORES INVISÍVEIS À MACROSCÓPICA VISÃO DOS INSENSÍVEIS, É PENETRAR IMPIEDOSAMENTE À ALMA HUMANA.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

O Amor e a Loucura








Em tempos atrás viviam duas crianças, um menino e uma menina, que 
tinham entre quatro e cinco anos de idade. 
O menino chamava-se Amor e a menina Loucura. 
O Amor sempre foi uma criança calma, doce e compreensiva. 
Já Loucura era muito emotiva, passional e impulsiva, enfim, do tipo 
que jamais levava desaforo para casa. 
Entretanto com todas as diferenças as crianças cresciam juntas, 
inseparáveis; brincando, brigando... Mas houve um dia em que o Amor 
não estava muito bem, e acabou cedendo às provocações de Loucura, 
com a qual teve uma discussão muito feia. 
Ela não deixava nada barato, estava furiosa como nunca com o 
Amor, começou a agredi-lo, mas não só verbalmente como de costume. 
A menina estava tão descontrolada que agrediu o garoto fisicamente e, 
antes que pudesse perceber, arrancou os olhos do Amor. 
O Amor sem saber o que fazer, chorando foi contar à sua mãe, a 
deusa Afrodite, o que havia ocorrido. 
Inconsolada, Afrodite implorou a Zeus que ajudasse seu filho e que castigasse, Loucura. 
Zeus, por sua vez, ordenou que chamassem a garota para uma séria conversa. 
Ao ser interrogada a menina respondeu como se estivesse com a razão 
que o Amor havia lhe aborrecido e que foi merecido tudo o que aconteceu. 
Embora soubesse que não fora justa com seu amigo, a menina que nunca 
soube se desculpar concluiu dizendo que a culpa havia sido do Amor 
e que não estava nem um pouco arrependida. 
Zeus, perplexo com a aparente frieza daquela criança disse que nada 
poderia fazer para devolver a visão do Amor, mas, ordenou que a
Loucura estaria condenada a guiá-lo por toda a eternidade estando 
sempre junto ao Amor em cada passo que este desse. 
E até hoje eles caminham juntos, onde quer que o Amor esteja com 
ele estará Loucura, quase que fundidos numa só essência. 
Tão unidos que por vezes não se consegue definir onde termina o Amor 
e onde começa a Loucura. 
E também por isso que usa-se dizer que o Amor é cego; 
mas isso não é verdade, pois o Amor tem os olhos da Loucura.

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