PROSAS EM VERSOS

SER POETA, É SENTIR AFLORAR DA PELE SENSIBILIDADE, É OUVIR O GRITO DOS QUE NADA DISSERAM, É VER POR UMA GAMA DE CORES INVISÍVEIS À MACROSCÓPICA VISÃO DOS INSENSÍVEIS, É PENETRAR IMPIEDOSAMENTE À ALMA HUMANA.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Luar do Sertão


Claudio Caldas Faria




Não há, oh gente

oh não, Luar

Como esse do sertão

Oh que saudade

Do luar da minha terra

Lá na serra branquejando

folhas secas pelo chão

Este luar cá da cidade

Tão escuro

Não tem aquela saudade

Do luar lá do sertão

Não há, oh gente...

Se a lua nasce

Por detrás da verde mata

Mais parece um sol de prata

Prateando a solidão

E a gente pega

Na viola que ponteia

E a canção

É a lua cheia

A nos nascer do coração

Não há, oh gente...

Coisa mais bela

Neste mundo não existe

Do que ouvir-se um galo triste

No sertão, se faz luar

Parece até que a alma da lua

É que descanta

Escondida na garganta

Desse galo a soluçar

Não há, oh gente...

Ah, quem me dera

Que eu morrese lá na serra

Abraçado à minha terra

E dormindo de uma vez

Ser enterrado

Numa grota pequenina

Onde à tarde a sururina

Chora a sua viuvez

Não ha.


Catulo da Paixão Cearense

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