Basilina Divina Pereira
NUVEM
Oh! Nuvem!
Quantos sonhos embalas no contraste impossível do azul.
Com tuas formas brancas voam meus tolos pensamentos
e ao teu encontro seguem meus mais tênues devaneios.
Admirando teu bailado sensual,
conto as horas para embarcar na Via Láctea
e desvendar os mistérios que se escondem
em teu silêncio de algodão e nuances fugidias
onde o sofrimento do mundo se transforma
em manto de sombra, e lágrimas de cristal
descem do teu pedestal insone e distante
como um conto que se afogou.
Oh! nuvem!
Em que espelho tu miraste para compor esta aquarela
que se renova em cada turno, soberba e indiferente,
como o crepúsculo vermelho que dispersa no horizonte.
Como se não te bastasse eclipsar o sol,
segues como um peregrino celeste,
tornando a noite mansa e cheia de contos
e tendo a lua doce e rendida a teus pés.
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