Aníbal Bastos
Palavras ditas, transportes de frio,
Como vento agreste em noite gelada,
Assobiando música ensaiada,
Por maestros do coro do compadrio!
Palavras ditas, som de lugre pio,
Voz de aves necrófagas, soada!
Cantiga pelas bruxas entoada,
Agoirando um dia mais sombrio!
Palavras ditas, eco dos malditos,
Sedentos de sangue - em altos gritos -
De abutres, saídos das madrugadas!
Palavras ditas, são almas funestas
Dos fantasmas surgidos das florestas,
Tornando os dias, em noites assombradas!
A. Bastos (Júnior)
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