PROSAS EM VERSOS

SER POETA, É SENTIR AFLORAR DA PELE SENSIBILIDADE, É OUVIR O GRITO DOS QUE NADA DISSERAM, É VER POR UMA GAMA DE CORES INVISÍVEIS À MACROSCÓPICA VISÃO DOS INSENSÍVEIS, É PENETRAR IMPIEDOSAMENTE À ALMA HUMANA.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

JOGO DE AMOR





Aníbal Bastos





Fizeste do amor um jogo,
Querendo brincar com o fogo,
Em nosso peito ateado!
E apesar de ambos arder,
Não conseguíamos ver,
Quem sairia queimado!

Gritavas aos quatro ventos
Que eu não tinha sentimentos
Que vivia de ilusões!
Que era mais um pinga-amor,
Vivendo a semear dor
E a destruir corações!

Quanto a pura verdade,
Era outra realidade.
Bem mais triste e diferente!
Eu não via mais ninguém,
E, se amava alguém,
Era a ti, e loucamente!

Amor que tu desprezaste
E para o lixo mandaste,
O que eu tinha de mais puro!
Morreu em mim a alegria,
Ficou-me a alma vazia,
No fundo de um poço escuro!

E de aqui nascem poemas,
Onde versavam os temas,
Das mágoas que eu sentia!
Desses versos um amigo,
Sempre que estava comigo,
Uma cópia me pedia!

Dava-lhe a cópia assinada,
Sem desconfiar de nada!
Mas um dia descobri
Que as cópias que lhe entregava,
Somente não as guardava,
Como as entregava a ti!

Fingindo nada saber,
Continuei a escrever,
Os poemas mais diversos!
Tu nunca desconfiaste,
Mas eu soube que ficaste,
Encantada nos meus versos!

Vi-te sofrer e chorar!
Vi-te para mim a olhar,
Como que a pedir perdão!
Morria por ti de amor!
Chorava por ti de dor!
Mas voltar, isso é que não!

Procurando te esquecer,
Conheci tanta mulher
E tu tudo consentiste!
Porém um dia cansada,
De tanto seres despeitada,
Com outro homem partiste!

Eu nesse dia chorei,
Mas a seguir meditei,
No mal que tinha causado!
Eu da vingança fiz uso,
E de nada te acuso,
Porque só eu fui culpado!

Culpado por te amar,
Por não saber perdoar,
Quando me disseste não!
Culpado porque enfim,
Quando querias vir para mim,
Eu não te dei atenção!

Por mais que tente emendar,
Não consigo reparar,
O mal que a nós dois fiz!
Eu amei-te loucamente;
Hoje desejo simplesmente!
Que sejas muito feliz

Assim acaba a história
Que termina sem glória,
Nem canta felicidade!
Para uns foi uma ilusão!
Para outros uma paixão!
Para alguém, pura verdade!

A. Bastos (Júnior)

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