André Alves
Entramos na casa, mais miserável que a da cidade. Seu chão duro era varrido com piaçava que deixava a terra, de muitos pisados, limpa. Ali passava energia elétrica. Só não tínhamos o chuveiro elétrico. Então o meu Amigo acendeu o fogo com a lenha que guardava ao pé do fogão e eu apanhei um pouco de água. Não precisei de ir à bica. O interessante é que uma telha tinha cedido e num dos quartos caía uma goteira generosa que logo encheu o balde.
Fiquei a aquecer-me no calor do fogo enquanto Ele se banhava. Assim que saiu, corri com um balde cheio de água morna, despejei-a no chuveiro de lata e tomei o meu banho quente. Lembrava-me de cada coisa passada durante aquele dia. Podia escutar a gordura estalar. Estava com uma fome! O cheiro alertou os gatos no paiol. Os animais vieram até ao cardápio que exalava vapores e convocava o apetite de todos. E logo estavam miando, secando-se em volta do fogão quente e dos nossos barulhos.
André Alves
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