PROSAS EM VERSOS

SER POETA, É SENTIR AFLORAR DA PELE SENSIBILIDADE, É OUVIR O GRITO DOS QUE NADA DISSERAM, É VER POR UMA GAMA DE CORES INVISÍVEIS À MACROSCÓPICA VISÃO DOS INSENSÍVEIS, É PENETRAR IMPIEDOSAMENTE À ALMA HUMANA.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Calvário


Aníbal Bastos




Maria do Rosário,
Fui o teu calvário,
Fui a tua cruz!
Fiz dos teus caminhos,
Coroa de espinhos
E noites sem luz!

Vieste à procura,
De amor e ternura,
Fogo e paixão!
No homem que amaste,
Somente encontraste,
A desilusão!

Eu disse-te um dia,
O amor que sentia,
Por outra mulher!
Disseste baixinho,
Que o teu carinho,
A faria esquecer!

Eras deslumbrante,
Mas ser teu amante,
O destino não quis!
Foste outra mulher
Que eu sem querer,
Tornei infeliz!

Por isso te disse,
Sem que te mentisse:
- A minha alma chora!
Não quero enganar-te,
Não consigo amar-te,
Vou ter de ir embora!

E na despedida,
Embora ferida,
Numa dor sincera,
Disseste a chorar:
-Se puderes voltar,
Fico à tua espera!

Ao longos dos dias,
Quantas mais Marias,
- Sem ser do Rosário -
Por um amor aceso,
Por quem estou preso,
Levei ao Calvário!

A. Bastos (Júnior)

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