Carlos Menino Beija-flor
Quando o poeta se cala
por dentro gritam queixumes.
É como a flor que não mais exala perfumes.
Quando o poeta se cala não há vida,
felicidade faz despedida.
Não há sol nem lua que embeleze o dia.
Quando o poeta se cala, cala até a poesia
Cabisbaixos ficam os rouxinóis, os girassóis,
murcham orquídeas e jasmins.
Choram até os anjos e querubins.
Mas é culpa do próprio poeta que imagina tudo em flor
e ele se cala vendo que o deserto de hoje já foi um jardim de amor.
A boca que lhe dava mel
foi voar em outro céu
deixando das flores, só o espinho e a dor.
Quando o poeta se cala tudo chora nessa hora;
Choram o homem, o menino...
e o beija-flor.
Carlos Menino Beija-flor
Nenhum comentário:
Postar um comentário