PROSAS EM VERSOS

SER POETA, É SENTIR AFLORAR DA PELE SENSIBILIDADE, É OUVIR O GRITO DOS QUE NADA DISSERAM, É VER POR UMA GAMA DE CORES INVISÍVEIS À MACROSCÓPICA VISÃO DOS INSENSÍVEIS, É PENETRAR IMPIEDOSAMENTE À ALMA HUMANA.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Arco da Igreja




Aníbal Bastos





Estavas no arco da igreja,
Linda de meter inveja,
Casavas-te nesse dia!
Toda vestida de branco,
Mas o teu sorriso franco,
No rosto, não aparecia!

De quando em quando,
Pelo teu rosto deslizando,
Uma lágrima descia!
- Olhai a felicidade!
Isto é amor de verdade!
Ela chora de alegria!

São ideias primitivas,
Para certos convivas,
Indicavam o contrário:
- Ali está mais um Jesus,
Para carregar a cruz,
A caminho do calvário!

Chegada a hora suprema,
Quando se põe o dilema,
Do princípio meio e fim!
Como uma ave ferida,
Que no voo é atingida,
Baixinho disseste: -Sim

Mas antes de o pronunciar,
Procuraste com o olhar,
Alguém que estava ausente
Dentro da casa sagrada,
Estando noutra morada,
No teu coração presente!

Passados anos depois,
Um amigo de nós os dois,
Numa ideia concebida,
Meio a sério meio a rir,
Diz: - Porque deixaste fugir,
O grande amor da tua vida!

Para poder dar resposta,
Tinha que deixar à mostra,
Feridas que não cicatrizei
Às perguntas que não se fazem,
Porque más recordações trazem,
Respondi: -Também não sei!

A. Bastos (Júnior)

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