Aníbal Bastos
Estavas no arco da igreja,
Linda de meter inveja,
Casavas-te nesse dia!
Toda vestida de branco,
Mas o teu sorriso franco,
No rosto, não aparecia!
De quando em quando,
Pelo teu rosto deslizando,
Uma lágrima descia!
- Olhai a felicidade!
Isto é amor de verdade!
Ela chora de alegria!
São ideias primitivas,
Para certos convivas,
Indicavam o contrário:
- Ali está mais um Jesus,
Para carregar a cruz,
A caminho do calvário!
Chegada a hora suprema,
Quando se põe o dilema,
Do princípio meio e fim!
Como uma ave ferida,
Que no voo é atingida,
Baixinho disseste: -Sim
Mas antes de o pronunciar,
Procuraste com o olhar,
Alguém que estava ausente
Dentro da casa sagrada,
Estando noutra morada,
No teu coração presente!
Passados anos depois,
Um amigo de nós os dois,
Numa ideia concebida,
Meio a sério meio a rir,
Diz: - Porque deixaste fugir,
O grande amor da tua vida!
Para poder dar resposta,
Tinha que deixar à mostra,
Feridas que não cicatrizei
Às perguntas que não se fazem,
Porque más recordações trazem,
Respondi: -Também não sei!
A. Bastos (Júnior)
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